SOMALI

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Nunca foi incomum achar nas ninhadas de gatos da raça Abissínios filhotes de pelo semi-longo, no entanto os criadores não tinham interesse nesses exemplares e não se empenhavam em sua reprodução. É muito provável que o gene que causa esse tipo de pelagem nos filhotes de Abissínios tenha se originado do cruzamento dos gatos dessa raça com gatos Persas e Angorás. Foi apenas por volta de 1960 que criadores canadenses decidiram investir nos filhotes de pelo semi-longo. Em 1976 uma criadora americana conseguiu fixar a característica de pelo semi-longo do Abissínio. O nome Somali foi dado por causa do país Somália, vizinho da Etiópia – de onde se acredita que o Abissínio é originário −, mostrando assim a conexão entre as duas raças.  Atualmente o Somali é um gato que vem atraindo interesse crescente por parte do publico. A raça é reconhecida pela CFA desde 1979 e desde 1982 pela FIFe.

É um gato ativo, mas sem tendências a se exibir como ocorre com algumas raças. São curiosos e não vai existir um lugar que não tenham explorado, subindo em móveis e prateleiras, além de acompanharem tudo o que acontece pela casa e o que dono faz. É um felino tranquilo e de caráter equilibrado, sendo mais calmo que o Abissínio. Com seu jeito meigo e brincalhão acaba sendo bastante sociável com outros gatos, estranhos e crianças. É afetuoso e leal com o dono, tendo forte desejo por atenção, mas sem ser possessivo como o Abissínio. Não espere, no entanto, um gato falante, pois esse não é o forte do Somali.

Não é indicado para apartamentos, pois gosta de caçar e vai preferir uma casa que lhe dê essa opção, lhe fornecendo, por exemplo, um jardim no qual possa se aventurar periodicamente. Apesar disso gosta de viver dentro de casa. Por ser inteligente, consegue entender comandos simples, conseguindo distinguir o que lhe é permitido e o que não é. Um treinamento positivo vai ser eficaz, mas por ser temperamental ele não costuma aceitar bem punições. É comum encontrá-lo usando as patas para abrir torneiras ou portas de armários, por exemplo.

De porte médio, o corpo é musculoso; a cabeça lembra um triangulo de contornos arredondados; orelhas grandes, inseridas e bem separadas, largas na base e com pontas levemente arredondadas, sendo aceita a pelagem típica de Lince nas pontas. Os olhos se encontram espaçados, grandes e amendoados com coloração verde ou âmbar. Sobre os olhos alguns exemplares apresentam uma marca vertical parecendo um vestígio em formato de “M”; patas longas e finas, mas musculosas, passando a impressão de andar nas pontas dos pés; cauda longa e bastante peluda, lembrando a cauda de uma raposa; pelo semi-longo, macio, fino e bastante denso e o sub-pelo não é alongado como nos Persas. Na região do rosto e parte anterior dos ombros e membros o pelo é curto, semi-longo no ventre, flancos, peito e dorso, sendo longo na cauda, pescoço e na parte posterior das coxas. A pelagem se apresenta numa variação conhecida como ticking, ou seja, ocorre uma alternância de pelos escuros com claros, podendo variar de dois a oito tons. As cores aceitas variam de acordo com as associações felinas. Na Europa é aceito um maior número de cores do que nos Estados Unidos.  Os filhotes geralmente nascem bicolores, só atingindo a pelagem de adulto por volta dos dois anos.

De maneira geral, exige apenas uma escovação semanal do pelo, evitando que ele embarrasse e removendo os pelos mortos, no entanto é melhor o escovar diariamente nas épocas de muda. São considerados robustos e saudáveis, não existindo até o momento qualquer doença relacionada à raça.

Fonte: Texto de Ricardo Tubaldini, Médico Veterinário (CRMV- SP 23.348), formado pela Universidade Paulista, Cirurgião Geral e Ortopedista no Hospital Veterinário Cães e Gatos 24 horas há 6 anos. Dr. Tubaldini é o Diretor de Conteúdo do portal CachorroGato e gestor da equipe de veterinários responsáveis pela ferramenta

* Foto: Peritoanimal.com.br.

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