Esse remendo na Rua Major Gote, entre suas colegas Maestro Randolfo e Dr. José Olímpio Borges, tem como resultado uma característica que nos acomete há décadas: irresponsabilidade do poder público (executivo, legislativo e ministério público). Em 1982, quando da inauguração da rodovia Patos de Minas-Presidente Olegário, iniciou-se o trânsito pesado pelas ruas da Cidade, substancialmente pela Rua Major Gote. Inúmeros foram os estragos com muito dinheiro do erário consumido para os reparos. Com o tempo, construiu-se a Avenida Fátima Porto e, principalmente, a Rodovia do Contorno, para desviar esse trânsito pesado. Infelizmente, a irresponsabilidade do poder público não impediu o trânsito pesado no Centro, e por causa disso mais e mais dinheiro do erário foi consumido para os reparos. Em 2020, a Rua Major Gote teve um recapeamento de toda a sua extensão. Se naquele momento tivéssemos um poder público responsável com o nosso erário, óbvio, muito óbvio, que o trânsito pesado seria interrompido. Infelizmente, não temos poder público responsável com o nosso erário. Por isso o trânsito pesado, de altíssima tonelagem, continuou a varar a Rua Major Gote e outras do Centro. Quem tem só um, apenas só um neurônio a mais do que outros, sabia que a Rua Major Gote recapeada seria danificada pelo trânsito pesado. Está aí o início, esse remendo feito para corrigir o afundamento da via. Toda a dinheirama gasta até hoje nos reparos por causa do trânsito pesado devido à irresponsabilidade do poder público poderia ter sido aplicada em, por exemplo, na saúde. Portanto, enquanto formos geridos por um poder público irresponsável, mais e mais dinheiro do erário será consumido para os reparos, e, muito brevemente, toda a Rua Major Gote e outras vias do Centro estarão repletas de remendos. Será que, além da irresponsabilidade, há outro fator por trás dessa sandice?

* Texto e foto (25/06/2022): Eitel Teixeira Dannemann.