MOACIR DE ALMEIDA MACHADO − 6.º PRESIDENTE DA RECREATIVA

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Moacir de Almeida Machado foi eleito presidente no dia 16 de novembro de 1944 para a gestão do ano seguinte. Dos 130 votos válidos, ele obteve 114, quase 88% do total. Na época, ele detinha 6 quinhões que parece ter adquirido próximo aquele período, pois não aparece nas votações anteriores nem nas listas de presenças anteriores ou posteriores. Sua eleição e a dos demais membros da diretoria foi recebida com os aplausos dos presentes. Nessa data, a diretoria eleita ficou da seguinte forma:

Moacir de Almeida Machado, Presidente; Eunápio Corrêa Borges, Vice-presidente; Arlindo Belucco, 1.º Secretário; Abner Ribeiro, 2.º Secretário; Octávio Borges, Tesoureiro; Antônio Silva Caixeta, José Ilídio Pereira e Rui Gualberto de Amorim, Comissão de Contas; Geraldo Magela Borges, José Olímpio Borges e Júlio Bruno, Suplentes.

Moacir somente aparece nos documentos disponíveis nestas datas e depois não se vê mais referência ao nome de sua pessoa nos anais da Recreativa. As únicas informações obtidas em relação a Moacir de Almeida Machado foi uma participação sua, entre outros representantes da sociedade, para responder um questionário do governo federal, que à época era a ditadura Vargas. Ele responde aos quesitos solicitados e assina o documento como banqueiro.

Também consta na relação divulgada pelo site EFECADEPATOS o nome de Moacir entre os associados do Patos Social Clube em 1942 (Antiga União Social Patense − USP), quando era presidente Ataualpa Dias Maciel¹.

Em outubro de 1943 integrou o Movimento Casca Grossa, que se dirigiu a Belo Horizonte e à capital do Brasil, Rio de Janeiro, numa ação política de muita repercussão, tendo a comitiva sendo recebida por Getúlio Vargas. O maior pleito da época era a construção da estrada de ferro para o acesso de Patos ao transporte de mercadorias, que na época eram caríssimos numa situação que refletia a crise da segunda guerra mundial.

Ao que tudo indica, Moacir foi o gerente de um dos bancos nos quais a Recreativa mantinha sua conta. Pelos registros das atas, nesse período somente dois bancos são mencionados: o Banco Hypotecário e o Banco do Commercio e Indústria de Minas Gerais. Após o rastreamento, não se pode, com cem por cento de certeza, afirmar em quais dos bancos Moacir trabalhava. O mais provável é que tenha sido o gerente da filial do Banco do Commercio, uma vez que este banco fez uma doação de 1:000$000 (um conto de réis) em 1935 para a construção da Catedral de Santo Antônio, a pedido do então Cônego Manuel Fleury curado e que Moacir, da mesma forma, fez também uma doação de 500$000 (quinhentos mil réis) para a mesma causa em 1938.

Não foi possível localizar nenhum descendente e, ao que parece, ele pode ter se mudado da cidade na segunda metade da década de 40. Sabe-se que suas filhas chamavam-se Ana Romanelli e Lívia. Era casado com Jandira, que teve em sua homenagem um soneto publicado na Folha de Patos, n.º 96 de 1943 assinado por O Abelhudo².

As votações nesta época eram feitas candidato a candidato. Não havia chapas. Os presentes votavam nas pessoas para os cargos, um a um e assim se definia todos os componentes da diretoria. Curiosamente, foi um momento da história em que Patos de Minas era denominada Guaratinga³.

* 1: Leia “Sócios do Patos Social Clube em 1942”. Moacir de Almeida Machado também consta nos textos “Doações Para a Cantina do Grupo Escolar Marcolino de Barros”, “Preparativos Para a Inauguração da Rádio Clube de Patos”, “22.ª Câmara Municipal − 30/07/1936 a 13/10/1937”, “Movimento dos Casca-Grossa”  e “Cascas Grossas − Um Exemplo a Seguir”.

* 2: Era o pseudônimo com que o Dr. Euphrasio José Rodrigues assinava suas poesias e muitos artigos publicados nos jornais da época.

* 3: Leia “O dia em que Patos deixou de ser Patos I e II”.

* Fonte e foto: Livro “Recreativa: Uma Jovem Acima de 80 anos” (2018), de Dennis Lima.

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