A Tartaruga Irapuca (Podocnemis erythrocephala), também conhecida pelos nomes Jurara-uirapeque, Tracajá perema, Uirapocca, Red-headed amazon river turtle, Chipire, Chimpire, é uma das menores espécimes de tartarugas amazônicas. Sua exuberante coloração avermelhada a torna uma das mais belas representantes dessa família. Ocorre no Brasil (Amazonas, Pará e Roraima), Colômbia e Venezuela, principalmente na bacia do Rio Negro, na parte baixa do Rio Solimões, na parte alta do Rio Amazonas e superior do Rio Orinoco, sendo considerada uma espécie comum devido sua grande extensão de ocorrência. Ela prefere os rios e lagoas de águas escuras, mas também é encontrada em águas claras nas bacias dos Rios Tapajós e Trombetas no Pará. Na bacia do Rio Negro é encontrada principalmente em pequenos cursos d’água e lagos.
Sua alimentação é praticamente herbívora, baseada em plantas aquáticas, frutas caídas e sementes, podendo também se alimentar em menores quantidades (inferiores a 5% da dieta) de peixes, insetos e crustáceos, ocorrendo esse tipo de alimentação em maior frequência nos mais jovens. A maturação sexual ocorre em torno de 9 anos de idade, quando a fêmea atinge em média 22 cm de comprimento linear de carapaça e o macho cerca de 16 cm.
A fêmea atinge maior tamanho, podendo chegar aos 32 cm, enquanto o macho raramente passa dos 25 cm. No entanto, a cauda do macho é bem maior em comprimento e largura que a da fêmea. Esta chega a pesar 2 kg e o macho pouco mais que 1 kg. Quanto ao dimorfismo, o macho adulto mantem a coloração avermelhada na cabeça e nas patas. Já a fêmea maior de 15 cm começa a perder a coloração avermelhada, se tornando mais pálida. A desova costuma ocorrer entre agosto e dezembro, podendo ocorrer dois períodos ou então, não sendo muito comum, até quatro ninhadas numa estação, que acontecem preferencialmente à noite em praias cobertas de gramas e arbustos, podendo ser em grupo ou isolada. A postura varia de 2 a 18 ovos, sendo 8 a 9 em média. O ninho possui profundidade média de 19 a 33 cm. As tartaruguinhas nascem com cerca de 4 cm e pesam em média de 8 a 15 gramas. A temperatura da incubação (65 a 102 dias, com média de 80) determina o sexo: acima de 30ºC produz só fêmeas e abaixo de 28ºC só machos. Entre as duas, nascem os dois.
A principal dificuldade para essa espécie é o consumo dela e de seus ovos por humanos, que tem provocado uma redução rápida de sua população, pois é a tartaruga mais consumida e comercializada pela população local na bacia do Rio Negro. É também comumente utilizada como animal de companhia naquela região. Contudo, no Rio Ayuanã, em Santa Isabel do Rio Negro-AM ainda é possível encontrar uma densidade elevada de ninhos, em torno de 20/ha em média. Entre os predadores naturais estão o Jacaré-Açu, a Onça Pintada e os Botos. Os ovos e os filhotes são vulneráveis a formigas, lagartos, raposas e aves, entre outros.
Quem gosta desse tipo de animal como companhia sabe que ele é investimento de longo prazo. Pode ter algumas diferenças na longevidade das espécies aquáticas e terrestres, mas num geral vivem por muito tempo. Os quelônios da água costumam viver entre 15 a 20 na natureza. Em cativeiro, podem chegar até 30 anos se recebem bons cuidados.
Já os tipos da terra tem maior tempo de vida, podendo chegar até 100 anos. É claro que tudo isso irá depender da espécie, mas principalmente dos cuidados recebidos em casa. Na natureza, animais aquáticos e terrestres podem não ter uma longa vida, mas em cativeiro é bem possível. Leve em consideração todos estes fatores antes de adotar algum desses animais. Seja tartaruga, cágado ou jabuti, eles precisam de cuidados e dedicação por muito tempo. Tenha em mente que esse animal pode viver mais do que você. Veja se você tem condições de cuidar por longos anos.
* Fontes: Tartarugas.avph.com.br. e jornalmaisnoticias.com.br.
* Foto: Tartarugas.avph.com.br.
