RATÃO DO BANHADO

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Também chamado de Nútria (nome que, na Espanha, é dado à Lontra), Caxingui e Ratão d’água, o Ratão do Banhado (Myopotamus coypus) é comum na região meridional da América do Sul, podendo ser facilmente confundido com uma Capivara, mas ele apresenta diferenças deste parente, a começar pela longa e grossa cauda que é revestida por escamas e pelos.  Os casais encontram-se nas margens de rios e lagos, especialmente onde as águas são paradas e onde existe um lençol de plantas aquáticas, às quais se agarra. Escavam nos barrancos, a pouca profundidade, uma toca que mede cerca de um metro de comprimento por 40 a 60 cm de largura, que lhes serve de refúgio à noite e, às vezes, durante o dia. É aí que a fêmea dá à luz uma ninhada de quatro a seis filhotes, que, em pouco tempo, se mostram capazes de segui-la por onde quer que vá. Foi introduzido em vários países, como Inglaterra, França e Rússia, onde constituiu grandes colônias.

Animal de corpo maciço, pescoço espesso, cabeça grande, focinho curto e membros robustos. As patas apresentam-se munidas de cinco dedos, ligados por uma membrana natatória e armados de garras. A longa cauda é recoberta de escamas dispostas em hélice, e de pelos sedosos. A coloração é castanha no dorso e anegrada no ventre. Os pelos são lanosos, macios, praticamente impermeáveis, graças ao hábito de penteá-los com suas garras. Logo após, esfrega as patas nos cantos da boca, onde têm glândulas especiais que expelem uma substância gordurosa e, cuidadosamente, fricciona esse óleo no pelo, que se torna bastante lustroso. Os incisivos são grandes e possantes, assemelhando-se aos do Castor. As dimensões são comparáveis às da Lontra: o corpo mede de 40 a 60 cm, atingindo alguns machos velhos um metro ou mais de comprimento. Os flancos têm um belo colorido vermelho vivo, contrastando com o branco ou cinza-claro do nariz e dos lábios. O peso pode chegar a 9 quilos e a expectativa de vida é em média de 15 anos.

Excelente nadador, é desajeitado em terra, deslocando-se com lentidão sobre as patas curtas. Ao menor sinal de perigo lança-se à água e mergulha para sua toca, onde se esconde. Seu desenvolvimento psíquico é rudimentar. Em cativeiro mostra-se tímido, medroso e retraído. Examina, com cuidado, todos os objetos que encontra. Quando lhe jogamos um molho de plantas, agarra-o destramente com as mãos e o sacode com força para livrá-lo da terra que se prende nas raízes; em seguida, mergulha-o na água e lava-o com habilidade surpreendente. Passa os dias dentro da água ou em suas proximidades. Desde que não o perturbem, nada sempre em linha reta, com a cauda estendida, a região posterior do corpo submersa e a cabeça levantada, aparecendo na superfície cerca de dois terços de seu comprimento.

Os membros anteriores não participam dos movimentos natatórios; são os posteriores que servem de remo, exatamente como acontece com o Castor. Não se pode dizer que a cauda funcione como um leme, uma vez que ela pouco se move. Se bem que se desloque sob a água e possa permanecer submerso por vários minutos, não é um bom mergulhador. Constitui o chamado deste roedor um grito característico que emite e que soa como um lamento. Quando quer demonstrar sua irritação, este triste grito se transforma numa espécie de grunhido. Seu alimento preferido é constituído por plantas herbáceas. Entretanto não desdenha raízes, tubérculos, folhas, grãos e cereais, peixes e, às vezes, pão.

Quando o inverno se aproxima, o casal começa a cavar o solo, preparando tocas extensas, cuja câmara principal é cuidadosamente atapetada e forrada. A fêmea recolhe-se ali para dar à luz de quatro a sete filhotes nascem, desenvolvem-se rapidamente e passam a seguir os pais, mesmo nas longas excursões. Atinge seu pleno desenvolvimento com a idade de dois anos. Um criador não pode utilizá-lo antes que ele complete dez meses. Na Europa, é em dezembro e janeiro que a pelagem desse roedor se mostra mais bonita: com o frio, ela se adensa e se toma mais macia. A longevidade de um ratão do banhado é de cerca de quinze anos.

Com uma ninhada grande, é perceptível que o crescimento populacional é alto caso não haja muitos predadores. Na Mata Atlântica, a população é baixa e fica em equilíbrio porque nas áreas preservadas há muitos predadores, como a onça-parda, jacaré, jaguatirica e gato do mato. Em um cenário sem predadores, se multiplicou aos milhares nas áreas alagadas protegidas dos parques e está devorando toda a vegetação nativa aquática e semiaquática, proporcionado uma erosão nas margens dos rios, destruindo os banhados em larga escala, afetando a reprodução dos peixes e, consequentemente, a população de aves e de outros animais. Isso pode causar uma colisão nestes ecossistemas e levar a extinção várias espécies de animais caso nenhuma medida venha a ser adotada. Em determinadas regiões, a espécie já sofreu ameaças devido à caça ilegal para consumo da carne e também comercialização da pele.

Não é raro no interior, principalmente fazendas, pessoas adotarem o Ratão do Banhado como animal de companhia, apesar de os especialistas alertarem que, por se tratar de um animal silvestre, é protegido por lei e para realizar seu manejo é necessário autorização do órgão ambiental. Dizem ainda que animais silvestres, em geral, são portadores de parasitas que podem transmitir doenças, e que o ideal mesmo é não ter contato próximo, respeitar o habitat natural deles evitando riscos tanto ao animal quanto aos seres humanos. Portanto, o ideal é adquiri-lo de um criador credenciado.

* Fontes: Cienciasresumos.com.br, ndmais.com.br e portaldosanimais.com.br.

* Foto: Br.pinterest.com.

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