É a estrada ladeira
É a porteira travando
Olha lá, olha lá
Um cavalo passando
É a nuvem da chuva
É o tempo fechando
Olha lá, olha lá
Passarinho voando
É a água corrente
É o barro sujando
Olha lá, olha lá
Piabinhas nadando
No centro do mundo
Tem dinheiro acenando
No meio da vida
Tem um passo mancando
Na dobra da idade
Um relógio blém-blém
Marcando o limite
Dos homens de bem
No peito a porteira
Nos olhos a chuva
Nos pés a corrente
O dinheiro na estrada
O passo nas nuvens
O relógio na água
Não sou homem de bem
Não sou carta patente
Sou o grito avisando
Olha lá, olha a frente
Olha lá, olha a frente
Meu amor tá passando
* Fonte: Gilmar Castro. Composta em 1977, na residência do Wandão, Bairro Rosário.