A vereadora Elvira Ferreira Porto, em sessão de 05 de março de 1958, indica ao Prefeito a perfuração de poço artesiano e rede de distribuição de água no povoado de Capelinha do Chumbo.
Mesmo assim, a população continuou sem o serviço de abastecimento e utilizando cisternas, com o poço artesiano perfurado desde 1962. Foi inaugurado, com muita alegria, em 30 de janeiro de 1971. Desde então as cisternas começaram a ser entupidas e acabou aquele enorme transtorno para os moradores, que sempre sonharam com esse melhoramento, conforme escreveu Maria Aparecida de Paula, num caderno de registros históricos, iniciado por Ordália Álvares de Matos, em 31 de agosto de 1967.
Curiosamente, no entanto, em reunião de 09 de novembro de 1973, da Câmara Municipal, o vereador Sebastião Versiani levanta o problema da falta de abastecimento de água na Vila, “que possui rede de água, não havendo, no entanto, água canalizada. Há um certo desinteresse da Administração para com o distrito”. Curioso, havia rede de água e não havia água canalizada!
Em fevereiro de 1990 a Vila passou a ser servida de abastecimento de água tratada, sob a responsabilidade da COPASA.
O esgoto chegou com a concessão do abastecimento de água. No início de 1989 iniciaram-se os trabalhos para a instalação da rede de esgoto. E já veio com a implantação da Estação de Tratamento (ETE). Foi inaugurado em fevereiro de 1990, com a presença das autoridades municipais.
O majorportense se livrava do lixo caseiro através da queima. Além de incomodar a população tratava-se de uma forma inconveniente e até perigosa. Assim perdurou até 2000, quando passou a ser recolhido semanalmente pela Prefeitura e lançado em lugar adequado.
Em 27 de março de 1973, a Vila de Major Porto já recebia os primeiros benefícios da energia elétrica. Enquanto, na reunião de 25 de outubro de 1973, da Câmara Municipal, o vereador José Paschoal Borges de Andrade pedira ao Prefeito para manter entendimento com a CEMIG no sentido de que a ERMIG elaborasse orçamento para iluminação nos distrito.
De acordo com Maria Aparecida de Paula, em 27 de março de 1976, às 19:00 horas, o “sonho esperado por muitos e muitos anos”, acabava-se de concretizar. Major Porto tinha inaugurada a sua iluminação e energia elétrica, com a presença das mais representativas autoridades municipais.
Jorge Veneroso, de origem paraguaia, foi pioneiro no campo da saúde em Major Porto. Aí chegou e se instalou com uma farmácia. Como prático, procurava atender a todos. E assim foi, até pelos idos de 1943, quando ele trouxe, de Tiros, o médico Agripa Vasconcelos, na maturidade de seus 40 anos. Durante algum tempo foi seu hóspede e tornou-se auxiliar do médico nas cirurgias que praticava no povoado, em locais improvisados.
Dr. Agripa Ulisses Vasconcelos, natural de Matozinhos, escritor de merecidos méritos literários, já membro da Academia Mineira de Letras desde 1923, viveu em Capelinha do Chumbo até 1947, em residência própria. A esposa, dona Henriqueta Tolentino Vasconcelos, aí passava temporadas em sua companhia.
Médico eficiente, atendia os pacientes com carinho e desvelo, principalmente como parteiro, tornando-se, a maioria das vezes, padrinho das crianças que nasciam sob seus cuidados. Fez muita cirurgia, sobretudo de apendicite e retirando balas de pessoas ofendidas em tiroteio. Apesar de precários recursos, assessorado por Jorge Veneroso, que veio de Matutina, salvou muitas vidas. As pessoas procuravam demonstrar-lhe gratidão, colocando seu nome nos filhos que iam nascendo.
Caso marcante de cirurgias por ele realizadas foi a amputação de uma perna do paciente Zote, que teve fratura exposta numa queda do estaleiro, na fazenda de Vicente Mota, quando serrava. Diante da gravidade, para evitar gangrena, Dr. Agripa não vacilou, serrando-a (com um serrote comum) para salvar a vida do paciente.
Em 1947, Agripa Vasconcelos já se encontrava em Belo Horizonte, onde faleceu em 21 de janeiro de 1969.
O posto de saúde municipal foi fundado em 1980 e recebeu o nome de Alberto Coimbra. Em 2004 foi construída a sede definitiva, onde funciona, regularmente, com a presença do agente de saúde e da enfermeira. O atendimento médico é feito mensalmente.
Por volta de 1890 foi construído o cemitério e um dos túmulos mais antigos data de 1918, infelizmente degradado.
Em meados de 1960 foi criada a Vila Vicentina, filiada ao Conselho Vicentino de Patos de Minas. Em 2004, cortado o vínculo, é criada a Pastoral da Misericórdia que toma conta dos velhinhos do asilo e ajuda as pessoas mais carentes.
A Creche Casinha Feliz foi criada em 1995 e instalada na Escola Estadual Major Mota. O Prefeito sentiu a necessidade deste centro educacional, devido ao grande número de mães que saíam para o trabalho no campo, deixando os filhos com os irmãos, também pequenos. Teve suas atividades interrompidas durante algum tempo, para ser reaberta em 1999. Funciona nas instalações do prédio do antigo Ginásio Esperança.
* Fonte e foto: Patos de Minas, Meu Bem Querer, de Oliveira Mello.