GENÉSIO GARCIA ROZA

Postado por e arquivado em PODER EXECUTIVO, PREFEITOS.

Genésio Garcia Roza nasceu em Patrocínio, em 01 de outubro de 1919. Filho de João Garcia Roza e Querubina Gonçalves da Cunha, sua família se transferiu para Patos de Minas em outubro de 1924, residindo na esquina das Ruas Padre Caldeira e Teófilo Otoni até 1930, ocasião do falecimento do pai. Teve treze irmãos (um deles, Mário Garcia Roza, foi o construtor do prédio do Hotel Roza e Cine Garza). Casado em 1947 com Terezinha Queiroz Garcia, deixou o filho engenheiro Vicente Queiroz Garcia.

Genésio Garcia Roza nasceu empreendedor. Trabalhando nos armazéns de Gaspar Santana, na antiga Praça dos Boiadeiros (hoje Abner Afonso), em 1933, recebeu o diploma de quarto ano primário no extinto Instituto Sul-Americano, situado à Rua Olegário Maciel, depois de três anos no Marcolino de Barros. De 1934 a 1938, trabalhou nos armazéns de Gil Satiro, no povoado de Arraial dos Afonsos, onde granjeou extensiva amizade, tendo sido padrinho de mais de uma centena de crianças daquela região. Em 1938, com poucos recursos e com a ajuda de parentes, conseguiu adquirir a fazenda Morro do café, situada às margens do Rodovia Patos-São Gonçalo do Abaeté, em sociedade com o irmão José Garcia Roza e ali residiu até 1943.

Em sociedade com o mano Mário Garcia Roza, fundou a Loja da Seda, com ponto instalado no edifício da Sociedade Recreativa Patense. Ainda em parceria com o mesmo irmão, ele adquiriu um terreno de 60 hectares, onde implantou a bairro Vila Garcia, com 1.450 lotes, maquinários para beneficiamento de cereais e galpões armazenadores com capacidade para 50 mil sacas. Em seguida, loteou os bairros Boa Vista, Nossa Senhora das Graças, São José, Lagoinha, Santa Terezinha e Paranaíba, nas imediações da Igreja dos Capuchinhos, perfazendo um total de 5.288 lotes vendidos e devidamente escriturados.

Sintonizado com as carências das entidades de assistência social, Genésio doou um terreno de 20.000 m² para construção da Casa das Meninas e doze lotes para a implantação da APAE.  Ele teve a iniciativa de doar um terreno de 10.000 m² para o Grupo Escolar Abner Afonso e 3.000 m² de área para que a congregação dos Capuchinhos pudesse construir sua igreja com frente para a Avenida Paranaíba, pois o primeiro projeto previa a construção da igreja com a fachada para a Avenida Brasil. Na condição de diretor da Sociedade Recreativa Patense nos anos de 1951 a 1953, doou para aquele clube um terreno de 23.000 m², localizado no Bairro Boa Vista e destinado à construção da sede campestre daquela entidade social.

Aclamado pela unanimidade do diretório do antigo PSD, que na época era presidido pelo líder político Arlindo Porto (avô do ex-prefeito Arlindo Porto Neto), Genésio Garcia Roza aceitou contrafeito o desafio de ser candidato a prefeito nas eleições municipais de 03 de outubro de 1954. Ele havia acabado de adquirir uma fazenda de 1.700 hectares em Vazante, para onde pretendia se transferir com a família e viver no meio rural. Tendo como adversário o ex-prefeito Vicente Pereira Guimarães, da UDN, ele percorreu todo o município, que na época incluía também Lagoa Formosa e Guimarânia, sempre em companhia de seu candidato a vice, Antônio da Silva Caixeta. Sua campanha foi feita em cerca de 70 dias, tendo obtido 2.116 votos dos 12.316 válidos apurados naquela eleição.

Eleito, tomou posse em 31 de janeiro de 1955. Além de viabilizar a construção do Mercado Municipal¹, Genésio Garcia Roza conseguiu realizar grande número de obras que, até hoje, são destacadas como importantes edificações de Patos de Minas. Mesmo administrando a Prefeitura com parcos recursos e minguadas verbas dos Governos Estadual e Federal, ele registrou um currículo invejável de projetos concluídos durante a sua gestão, no período de janeiro de 1955 a janeiro de 1959. Foi ele quem construiu o tradicional Colégio Estadual, originado pela Lei 309, de 28 de maio de 1956, que autorizou a doação de um quarteirão, situado entre a Rua Rui Barbosa e a Rua Prefeito Camundinho, à Escola Técnica de Comércio Pio XII, inaugurada em 1957 e posteriormente transformada em Escola Estadual Professor Zama Maciel. Em 25 de dezembro de 1958, Genésio inaugurou o Grupo Escolar Santa Terezinha, com doze salas de aulas para atender os estudantes do Bairro Brasil, sendo que atualmente o referido educandário pertence à rede estadual de ensino e continua cumprindo os objetivos de sua construção.

No mesmo ano, Genésio concluiu ainda o Grupo Escolar Professor Modesto com capacidade para atender 600 alunos do Bairro do Rosário e, em 1959 entregou à população de Patos de Minas o Grupo Escolar Monsenhor Fleury, construído na Vila Garcia, em terreno de sua propriedade, doado à Municipalidade.

A zona rural também foi amplamente beneficiada durante a sua administração, construindo o Grupo Escolar da Vila do Chumbo, ainda com o nome de Distrito do Areado, uma obra de 350 m² inaugurada em julho de 1957. Com a dinâmica de um administrador progressista, Genésio Garcia Roza construiu os grupos escolares do Arraial dos Afonsos, Ponto Chic, Alagoas, Aragão, Limeira, Horizonte Alegre, Limão e Campo Alegre, além de reformar e ampliar inúmeras escolas rurais, inclusive de Guimarânia e Lagoa Formosa, que na época eram distritos de Patos de Minas.

No rosário de grandes obras de Genésio Garcia Roza consta ainda a construção da sede do Tiro de Guerra, inaugurada em 24 de maio de 1956 e citada como tipo padrão pelo comando da 4ª Região Militar. Genésio construiu também a estação de passageiros do antigo Aeroporto Municipal, com toda a estrutura de rede elétrica, abastecimento de água e serviço telefônico.

Em 1965, Genésio idealizou instalar uma usina de açúcar em Patos de Minas. Adquiriu a Fazenda da Cachoeira, do Sr. José Teófilo Piau, por 30 milhões de cruzeiros, e plantou um canavial em toda ela, com mudas provindas da Usina de Junqueira (SP). Obteve quotas para a fabricação de açúcar junto ao Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), de usinas já desativadas em Ubá e Visconde do Rio Branco. Iniciou uma S/A com oito sócios. Em 1967, faltando capital financeiro em Patos de Minas, conseguiu formar uma cooperativa de açúcar e álcool em Uberaba, vendendo todo o equipamento da projetada usina para aquela entidade, por 800 milhões de cruzeiros. Transferiu-se com a família para as margens do Rio Grande, na localidade de Delta, inaugurando a Usina em 1968, onde ela hoje ainda se encontra rendendo muitas divisas para o município de Uberaba. Foi um dos sonhos de Genésio: ver centenas de operários trabalhando nas lavouras de cana e produzindo açúcar e álcool para Patos de Minas. Este sonho causou-lhe seríssimos transtornos financeiros, somente terminando em 1968, quando entregou aquela moderna indústria aos uberabenses, tendo na diretoria da Cooperativa os Srs. Arnaldo Rosa Prata, Randolfo Borges da Cunha, José Moromizato, Antônio Soares e Mardônio Rosa Prata.

Genésio Garcia Roza veio a falecer tragicamente em desastre automobilístico na BR-381 (Fernão Dias), que liga Belo Horizonte a São Paulo, em 13 de dezembro de 1988.

* 1: Leia “Mercado Municipal de Patos de Minas: Histórico da Origem”, “Mercado Municipal – Aspectos Arquitetônicos”, “Mercado Municipal – Lei N.º 408”.

* Fontes: Jornal do Mercado – Edição Comemorativa aos 35 Anos do Mercado Municipal, editado em 20 de janeiro de 1994 (arquivo de Newton Morais Andrade); Patos de Minas Centenária, de Oliveira Mello.

* Foto: Do livro Patos de Minas Centenária, de Oliveira Mello.

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