SANEAMENTO BÁSICO, SAÚDE E OUTROS SERVIÇOS

Postado por e arquivado em DISTRITOS, SANTANA DE PATOS.

A primeira notícia da serventia de água potável na freguesia de Santana de Patos se encontra registrada em ata da sessão de 06 de julho de 1887 da Câmara Municipal, quando é dada procuração para que seja recebida pelo Procurador do município, em Ouro Preto, a importância de 1.000$000 (um conto de réis) por força da lei 3.385, de 23 de junho de 1886, autorizada pela Câmara. Roberto Capri, em Minas Gerais e seus Municípios, publicado em 1916, registra: “Devido à má colocação do arraial em um espigão de campo sem água, sofrem os habitantes a falta do precioso líquido, que é com dificuldade colhido no Rio Espírito Santo. Essa falta deverá ser remediada com a canalização d’água potável, cujos trabalhos já foram estudados pelo engenheiro Dr. José Jorge”.

O problema continuou durante muito tempo. Na década de 1950, o vereador José Nascimento conseguiu que a construção de uma caixa d’água (ainda existente, na Av. Padre José Victor), para receber água coletada, por meio de carneiro, da nascente do Mato da Canela Cheirosa para ser distribuída nas casas e nos chafarizes construídos no Beco do Chiquinho Andalécio (atual João Caixeta), no Largo da Igreja, na entrada da Vila (confluência das Ruas Constância Nascimento e Heráclito Amaral) e no Beco do João Vieirinha. Na sessão da 3ª reunião ordinária da Câmara Municipal, em 21 de julho de 1959, o vereador José Nascimento apresentou projeto de lei dispondo sobre a melhoria nos serviços de abastecimento de água ainda realizado no final da década de 1940. Foram perfurados dois poços artesianos, em 24 de julho de 1983. Com o funcionamento de um, foi extinto o antigo sistema de captação. Em 27 de setembro de 1998, o serviço de abastecimento de água foi transferido para a Copasa, que também cuidou de seu tratamento.

O esgoto sanitário veio bem mais tarde, implantado em 1999. É lançado, in natura, no Rio Espírito Santo.

A coleta do lixo é realizada uma vez por semana. A Prefeitura manda recolhê-lo e é lançado em lugar apropriado.

A primeira iluminação pública na Vila de Santana de Patos se deu em julho de 1915, com a transferência de lâmpadas de Aladim que iluminavam a sede, desnecessárias por motivo da cidade já ter sido contemplada com luz e energia elétrica.

O vereador José Nascimento, na sessão de 28 de outubro de 1953, apresentou projeto de lei dispondo sobre a abertura de crédito especial para se procederem estudos técnicos, a fim de dotar a sede do distrito de um conjunto termo-elétrico, movido a diesel, destinado à iluminação pública e particular. E a iluminação assim permaneceu até o ano de 1973, quando a ERMIG¹ instalou a luz e energia elétrica na Vila. Em 18 de março de 1976, a CEMIG se instala definitivamente no distrito. A partir de então, a maioria das propriedades rurais também passaram a receber este benefício.

A saúde pública passou a receber maior atenção dos poderes constituídos com a instalação do Posto de Saúde “Zico Nunes” pela administração Arlindo Porto Neto. Funcionou, provisoriamente, na Casa Paroquial, até ser construída a sede própria. A população é atendida, duas vezes por semana, por um clínico geral e conta com a presença das agentes PSF – Programa Saúde da Família e de uma auxiliar de enfermagem.

Anualmente, o gabinete dentário móvel, com um profissional, se instala na Vila para atender às crianças da creche da escola estadual. A população tem os serviços de profissionais em seus consultórios particulares.

Na primeira década do século 20, Heráclito Amaral abriu a bem montada Farmácia São Vicente de Paula. Em 1913, na sessão de 19 de setembro, ele requereu da Câmara Municipal comprovante da necessidade do estabelecimento de uma farmácia no distrito e, também, atestado de existência ou não de farmacêutico formado ou licenciado no distrito. Teve aprovação o seu pedido.

Os mortos, antes de serem construídos os cemitérios, eram sepultados no interior ou no entorno das igrejas. Santana de Patos não fugiu à regra.

Na sessão de 18 de setembro de 1901, da Câmara Municipal, o vereador Amâncio da Silva apresentou projeto solicitando auxílio de um conto de réis para a construção de um cemitério público na Vila, o que foi rejeitado. Deste período até 1903, deve ter sido construído, pois o presidente do Conselho Distrital de Santana apresentou à Câmara Municipal uma proposta de regulamento de uso do cemitério. Pelo presidente da Câmara, essa proposta foi transformada em projeto de resolução, aprovada em 19 de janeiro de 1904. Na sessão de 25 de setembro de 1914, o vereador José Pereira Guimarães apresentou projeto autorizando o Agente Executivo a entrar em acordo com Rufino Nunes de Paula para aquisição do cemitério. Foi por ele construído, em suas propriedades, podendo despender, pelas verbas de obras públicas, até a quantia de um conto de réis. Aprovado o projeto, em 19 de agosto de 1916, foi passado por Rufino Nunes de Paula e sua mulher Ignácia Maria da Costa o termo de sua transferência para a Câmara Municipal. O casal recebeu do Município a indenização de um conto de réis.

Com o desenvolvimento local, em 01 de outubro de 1919, o vereador Pedro Guimarães apresenta projeto autorizando o Agente Executivo a mandar aumentar o Cemitério. A última reforma sofrida foi no final da década de 1960.

Em 08 de abril de 1900, padre Luiz Ferreira da Silva Luz, José Jacinto Silva, Manoel Marques da Luz, Pedro Antunes Campos e outros fundaram a Conferência Vicentina Sant’Ana, com objetivo de assistir os pobre residentes da Vila, que não eram poucos. A conferência, após prestar grandes benefícios à sociedade, teve suas atividades encerradas na década de 1980.

* 1: Empresa subsidiária da CEMIG, com personalidade jurídica própria, criada em 1962 e extinta em 1974, era a responsável pela eletrificação rural.

* Fonte e foto: Patos de Minas, Meu Bem Querer, de Oliveira Mello.

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