A História registra que esse imóvel (Praça Antônio Dias) foi construído em 1910 e nele residiu o Cônego Getúlio Alves de Mello já no final de vida, pois faleceu em 1919¹. Em 1999 a construção foi, acertadamente, inventariada pela Diretoria de Memória e Patrimônio Cultural – DIMEP, isto é, considerada um bem cultural de interesse de preservação. Fato concreto. Desde muitos anos funciona como uma casa de comércio. Entretanto, os comerciantes sempre querem mexer na sua originalidade secular. E já fizeram isso. O da esquerda trocou a porta e instalou grades. O da direita mandou às favas a janela de madeira e tascou aquele vidro. Na esquina, funcionou a tapiocaria. Fechada esta, o da esquerda, no início desse ano, resolveu absorver o espaço e, na maior, arrancou as madeiras de mais de século para trocá-las pela modernidade. Isso não foi de um dia para outro não, foi mais de uma semana. Assim, depois das madeiras seculares arrancadas e do estrago feito, desta feita barraram a obra. O porquê não barraram as duas obras anteriores quem sabe o bispo explique. Eis então que, no final de fevereiro, instalaram esses quatro tapumes usados horrorosos que estão fazendo o Cônego Getúlio se revirar no túmulo, pois ele sabe muito bem que esse troço feio vai ficar assim uma eternidade!
* 1: Leia “Getúlio Alves de Mello (Cônego Getúlio)”, “Getúlio Alves de Mello (Cônego Getúlio): 69 Anos”, “Protesto do Cônego Getúlio” e “Antiga Residência do Cônego Getúlio em 1983”.
* Texto e foto (07/03/2020): Eitel Teixeira Dannemann.
