TEXTO: ANDRÉ MACEDO DE OLIVEIRA (2019)
Passei este Natal último em Patos de Minas. Corri na Lagoa Grande. Andei pelo centro. A pé. Visitei familiares. Andei bastante de carro também. E é por isso que resolvi escrever esta reflexão. Aliás, quiçá, uma contribuição. Com muito respeito, claro, de um cidadão brasiliense. Nascido e criado na Capital. Não me atrevo a dizer que me considero também um cidadão de Patos de Minas. Seria ousado, mas posso afirmar que tenho um carinho especial pela cidade. Meus pais cresceram, namoraram e se casaram em Patos. Mudaram para Brasília em seguida. São considerados pioneiros na Capital Federal. Hoje, aposentados, moram no campo, entre Patos e Brasília. O carinho por Patos vem das minhas férias na infância. Quase todas por lá. Natal, ano novo. Férias completas. Fazenda dos Tios, família do Pai e da Mãe. Todos de Patos. E para selar a minha ‘justificativa’, casei com uma mulher de Patos, em Patos.
Nas andanças neste Natal 2019 senti falta das bicicletas. Não as vejo mais em Patos. Quantos carros, quantas motos, quantos semáforos. Cidade cheia em razão do Natal. Isso não nego, mas não vi mais as tantas bicicletas.
Furtando a metáfora de Nando Reis, ‘o que está acontecendo?’. Parece que Patos ‘está ao contrário e ninguém reparou…’
O mundo caminha para a mobilidade. Para cidades racionais. Para que tenhamos fluxo. E onde foram parar as bicicletas? Tão úteis nas cidades nos dias de hoje?
Enfim, uma reflexão curta, respeitosa e breve. Por menos carros, menos gasolina e mais pernas pedalando. A Capital do Milho pode voltar a ser também a Capital das Bicicletas.
* Fonte: Texto publicado com o título “Patos está ao contrário e ninguém reparou” e subtítulo “Volto à reflexão” na edição de 11 de janeiro de 2020 do jornal Folha Patense.
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