REDE DE ESGOTO EM 1997

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Segundo informações prestadas pelo secretário municipal de Serviços Públicos, engenheiro Marco Túlio Rocha Porto, mais de 96% da área urbana da cidade é servida por rede de esgoto. Mas grande parte dela é muito antiga, com cerca de 30 a 40 anos de utilização, o que tem acarretado inúmeras reclamações por parte da população. Outro fator que vem provocando o aumento no número de ocorrências ligadas ao setor de manutenção está relacionado com as ligações clandestinas na rede de água.

A média de atendimento atual anda por volta de 12 serviços/dia, divididos entre manutenção e reparos. Duas equipes, compostas por 32 funcionários, trabalham na prestação dos serviços necessários, e a Secretaria vem procurando agilizar seus procedimentos para melhor satisfazer os usuários. Uma das últimas medidas adotadas foi a implantação do serviço de BIP, onde a pessoa liga para o telefone 823.1266, informa o que está acontecendo e em que local, e a equipe é imediatamente acionada. “Nosso próximo passo deverá ser o uso do serviço de rádio-transmissão, que deverá melhorar em muito nossa comunicação com os servidores”, explica Marco Túlio. Com esse serviço, a Secretaria poderá posicionar melhor o reclamante quanto à situação, uma vez que terá condições para acompanhar os trabalhos desenvolvidos por seus funcionários.

De acordo com o secretário, encontra-se de tudo entupindo a rede de esgotos, desde dejetos de chiqueiros até pedras. “A população deveria compreender que lixo é lixo, e esgoto é esgoto”, diz ele. Para solucionar o problema a Secretaria adquiriu uma máquina desentupidora que funciona movida por motor à gasolina. Ela traciona varetas de ferro que atingem até 80 metros de comprimento, com ponteiras apropriadas para cada caso, que se mantêm em rotação constante.

Além de trabalharem com equipamentos modernos, os funcionários estão tendo mais segurança na execução dos serviços. Todos têm à disposição os cones e cavaletes indispensáveis para formação de área de proteção, além de lampião teste de gás. Este último foi fornecido pela Copasa, através do engenheiro Paulo Roberto Cunha. Simples, mas eficiente, o aparelho ajudará a garantir a vida do servidor municipal quando ele precisar descer no PV (Poço de Visita) para consertá-lo. Isso porque o poço geralmente produz gases que podem matar uma pessoa.

O secretário Marco Túlio conta que há dez anos atrás um chefe de equipe desmaiou dentro de um PV e ficou 12 horas desacordado. “O lampião irá detectar se o poço tem gás, antes do funcionário entrar nele”, explica Marco Túlio, que também elogia a atuação dos funcionários do setor. “Eles são bastante dedicados e não têm costume de faltar ao serviço”.

Quem mais sofre com o esgoto de Patos de Minas é o rio Paranaíba, pois todos os dejetos estão sendo jogados dentro dele, sem nenhum tratamento. O plano da SESEP é providenciar esse tratamento antes do esgoto ser lançado no rio e, segundo o secretário, já existem interceptores construídos ao longo dos córregos que atravessam a cidade (Monjolo e Cadeia), o que representa um passo adiante para a concretização da idéia de tratamento futuro. Os interceptores impedem que o esgoto caiam nesses cursos d’água.

Mas o grande projeto da Secretaria é providenciar um levantamento da rede existente e, a partir daí, elaborar um diagnóstico da situação em que se encontra o sistema, para adequá-lo à realidade da cidade. “Primeiramente iremos implantar o Plano Diretor do Lixo, que é um projeto caro. Depois, em uma segunda etapa, vamos partir para o Plano Diretor de Esgotamento Sanitário e Drenagem Pluvial, que também não é nada barato”, revela Marco Túlio.

Finalmente, a Secretaria pensa em criar o Poço Luminar (PL), que é uma “caixinha” feita no passeio das residências, ligada à rede, sempre padronizada pela prefeitura. “Os servidores municipais podem trabalhar apenas na rede. Se o entupimento acontecer dentro das propriedades, nós não podemos atuar. Por isso estamos pensando em criar esse ramal predial”, explica o secretário. As casas antigas poderão procurar a prefeitura para fazer o PL, mas as construções novas terão que incluir o poço no projeto para que possam conseguir a liberação do “Habite-se”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Esgoto, como anda o serviço na cidade” e subtítulo “SESEP está estruturando serviço da melhor maneira possível” na edição n.º 38 de 07 de julho de 1997 do jornal O Tablóide, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Br.pinterest.com.

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