Convenções, nada mais que convenções. Estou falando da riqueza e da pobreza. O ser humano, quando nasce pobre, tem a possibilidade de tornar-se rico. E nós também, os imóveis, igualmente temos condições de nos tornarmos ricos. Em compensação, tem humano que nasce pobre e morre além da pobreza, morre miserável. E, claro, tem imóvel que nasce pobre, como eu, e morre além da pobreza, morre miserável como eu. Sim, nasci pobre, mas com honra. O problema é que, com o tempo, fui engatinhando da pobreza em direção à miséria. No meio disso tudo, entre os humanos, há a pobreza espiritual e ela, muito frequente, é mais terrível que a pior das misérias materiais. Nós não temos isso, não temos esse tipo de sentimento. Não há espiritualidade entre nós, unicamente a presença material. O que nos diferencia uma das outras é a capacidade construtiva daqueles que nos erguem. Tem rico e tem o pobre, tem o palacete e tem eu. Lá, rico ou pobre, todos tornam ao pó. Cá, rico ou pobre, todos nos tornamos escombros. É a Lei máxima da existência. Não há ninguém, nem nenhum imóvel, que se safe dessa realidade cruel. Os humanos, sejam ricos ou pobres, marcam as suas presenças na vida de acordo com suas atitudes. E essas atitudes humanas é que marcam a nossa presença. Nós somos o que eles são. Todos nós, que aqui vivemos, já somos parte da História de Patos de Minas. Assim como todos os imóveis, quando eu me transformar em escombros nesse pedaço de chão¹, deixarei saudade.
* 1: O imóvel localiza-se na esquina da Avenida Paranaíba com a Praça 7 de Setembro (Cristavo).
* Texto e foto (13/06/2019): Eitel Teixeira Dannemann.