TIZIU

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O Tiziu é também conhecido por diversos nomes conforme a região do país:  tizirro, saltador, veludinho, papa-arroz, bate-estaca (Rio de Janeiro), serrador, serra-serra e alfaiate. Devido ao seu hábito de saltar enquanto canta, surgiu a inspiração para seu nome cientifico: Volatinia jacarini (volatus = pequeno voo; jacarini (tupi) = aquele que voa para cima e para baixo). Tem cerca de 11,5 centímetros de comprimento, pesa aproximadamente 100 gramas e tem três subespécies reconhecidas. Esta espécie é sexualmente dismórfica, ou seja, os machos são diferentes das fêmeas, sendo o macho todo preto com brilho azul-metálico, exceto por uma pequena mancha branca na parte inferior das asas. As fêmeas jovens possuem a coloração parda, no entanto quando atingem a fase adulta, apresentam uma muda de plumagem e renovam para uma coloração marrom-oliva na parte superior, amarelo-amarronzado na inferior e com as laterais e o peito escuras. Está presente em todo o Brasil, em todos os países da América do Sul e também no México e Panamá.

É predominantemente granívoro, ou seja, alimenta-se de sementes, como a braquiária e ervas daninhas. Contudo, também se alimentam de pequenos insetos como besouros, formigas, cupins, aranhas. Em cativeiro é necessário oferecer uma mistura de sementes composta, por exemplo, com 50% de alpiste, 30% de painço amarelo, 10% de senha e 10% de níger, além de alimentos vivos como larvas de tenébrio. Para as fêmeas em reprodução, pode-se dar uma mistura de 50% de fubá grosso e 50% de ração de postura para codornas, ou então uma ração própria para coleiros e curiós, e com filhotes na época de muda, uma mistura a base de ovo cozido, flocos de milho pré-cozidos e farelo de soja, e ainda cerca de 20 larvas de tenébrio por dia.

A reprodução acontece em qualquer época do ano, principalmente em regiões quentes. Geralmente o acasalamento acontece nas estações chuvosas (primavera e verão), de novembro a março, época em que a fartura de alimentos é maior. Quando atingem a maturidade sexual, que se inicia aos 12 meses, ambos adquirem uma coloração marrom-oliva na parte superior, além de uma coloração mais amarelada na região inferior do corpo. A fêmea põe de 2 a 3 ovos, de coloração azulada com uns pontinhos de tonalidade marrom-avermelhada. Os filhotes nascem após 13 dias de incubação e são alimentados principalmente por cupins e formigas, dieta rica em proteínas. É de responsabilidade da fêmea o choco, o macho somente irá levar o alimento a ela. Os filhotes são abandonados entre 35 a 40 dias após o nascimento. Para facilitar a reprodução, recomenda-se o uso de gaiolas de 70 cm de comprimento x 40 cm de altura x 30 cm de profundidade, enquanto os ninhos podem ser de corda de 8,5 de diâmetro e devem ser em forma de taça.

A espécie é vista aos pares em época de acasalamento, geralmente em áreas descampadas, savanas, campos, capinzais, parques, jardins, savana, campos cultivados, beira dos brejos, perto de habitações e capões baixos. Fora do período de reprodução, reúnem-se em bandos que podem chegar a dezenas de indivíduos, misturando-se com outras espécies de pássaros que também se alimentam de sementes. Devido ao inverno em regiões do Sudeste e Sul do Brasil, como São Paulo, as aves migram para regiões mais quentes.

Estes pequenos pássaros podem apresentar duas características em suas plumagens, sendo essas o leucismo e o flavismo. O primeiro é uma particularidade genética causada por um gene recessivo, que atribui a cor branca a animais geralmente escuros. Diferentemente do albinismo, no leucismo, os animais não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro, muito pelo contrário, são até mesmo mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo (capacidade de reflexão da radiação solar de uma determinada superfície) elevado, os protegendo mais dos efeitos solares. No segundo caso, apresenta-se ausência parcial da melanina (ainda pode ser observado um pouco da cor original da ave), porém esta apresenta pigmentos carotenoides, exibindo uma diluição nas cores, devido à perda parcial de melanina, tanto da eumelanina (pigmento negro) quanto da feomelanina (pigmento castanho).

O Tiziu possui um canto agudo, curto e muito característico por vocalizar “ti, ti tiziu” em meio a inúmeros voos curtos, por minuto, na vertical, mostrando uma região branca sob a asa, voltando a empoleirar-se no mesmo lugar de origem. Em época de reprodução fazem isso incessantemente, com o intuito de atrair a fêmea e demarcar seu território para o acasalamento.

* Fonte: Portaldospassaros.com.br.

* Fotos: Wikiaves.com.br.

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