A Paca (Agouti paca) possui comprimento variando de 60 a 80 cm. Pelos duros, pelagem de coloração marrom avermelhada e com manchas brancas, geralmente com 4 filas longitudinais de manchas. Alguns animais possuem o dorso muito escuro. Tem quatro dedos nas patas dianteiras, cinco nas traseiras e cauda atrofiada. Quando adulto, alcança entre 6 e 12 quilos. Pode ser encontrada desde a América Central, no centro-oeste mexicano até o sul do Paraguai na América do Sul. Vive em florestas tropicais próximas a cursos d´água, sendo estes preferencialmente estreitos. Existem registros de animais que alcançaram 18 anos de idade.
É essencialmente solitária. Quase não há interações com espécimes da mesma espécie. Passa o dia na sua toca. A profundidade desta não costuma ultrapassar 2 metros. Ao anoitecer explora a área em busca de frutos caídos, tubérculos, raízes e folhas. Não vocaliza muito, porém quando o faz utiliza uma estrutura como câmara de ressonância, o arco zigomático que é ampliado lateral e dorsalmente. A preferência por ambientes com córregos próximos decorre da habilidade de ser boa nadadora, sendo um meio mais fácil de fugir de possíveis perigos (carnívoros de médio e grande, caçadores, etc.).
O período de gestação fica em torno de 118 dias. Geralmente a fêmea começa a reproduzir a partir de 1 ano de idade. Ela escava tocas no solo das florestas, sendo estes os locais de parição. Geralmente ocorre um nascimento anual, eventualmente dois, porém de um filhote cada um. São raros nascimentos de gêmeos. Possui dois pares de tetas.
Apesar de não estar na lista brasileira da fauna ameaçada de extinção, é muito caçada devido a que consumidores de carnes de animais silvestres consideram-na a melhor. Atribui-se a ela ataques a culturas como cana-de-açúcar, milho, etc. Este é um dos motivos alegados para sua caça. Entretanto, estes ataques não são de grande monta devido à ação solitária, diferente de capivaras e queixadas que atacam em grupos.
Como é um animal muito procurado por caçadores, devido a sua carne considerada a mais saborosa entre os animais nativos, há um grande interesse em instalações de criatórios comerciais desta espécie. Devido ao seu hábito solitário e noturno, poucos produtores rurais têm sucesso na criação dessa espécie. Outro gargalo é a reprodução em cativeiro. Estes animais muitas vezes são criados como animais de companhia, não aprendendo todo o ritual de acasalamento, resultando em ausência de reprodução na época adequada. Apesar dessas dificuldades há criatórios que vem produzindo animais com êxito.
Um animal que pede comida, brinca com os cães e atende pelo nome de Zé, essas são as características de uma Paca que a família de um agricultor do município de Mâncio Lima, na região oeste do Acre, adotou como um inusitado animal de companhia. Ela se tornou dócil e relaxa quando é segurado no colo pelo agricultor e seus familiares. O roedor se alimenta de mandioca e frutas como buriti, melancia e mamão.
* Fontes: Cloud.cnpgc.embrapa.br e 3dejulhonoticias.com.br.
* Foto: Revistagloborural.globo.com.
