TEXTO: DIRCEU DEOCLECIANO PACHECO (1980)
Falamos dos órgãos instalados em Patos de Minas, com grande influência regional e do setor de saúde e educação, os quais, sem dúvida alguma, refletem boa parte de nosso potencial.
Analisemos hoje, as condições da AGROPECUÁRIA, do COMÉRCIO e da INDÚSTRIA de nosso município.
É bem verdade, que temos perdido muito terreno nestes três aspectos, entretanto, o que por aqui existe, não é de se desprezar, nem motivo para sentirmo-nos derrotados. Se assim não fosse, não estariam aqui instaladas 8 agências bancárias (incluídas as duas Caixas Econômicas), além de 3 financeiras, ressaltando-se ainda, que uma das citadas agências bancárias, foi instalada há poucos meses, o que vale dizer, que os dirigentes daquele rede, viram motivos para fazê-lo.
Nossa AGROPECUÁRIA, por motivos vários, sofreu alguns abalos, entretanto, agora, com a inclusão de nossa região na área do POLOCENTRO¹, abrem-se novos horizontes para ela.
Apesar de tudo, é ainda significativa a produção deste ano, prevista em 42.000 toneladas de milho; 9.500 de arroz; 4.200 de feijão e 1.300 de soja. Igualmente significativas, são nossas 135.000 cabeças de gado bovino; 46.000 de suínos e 300.000 de aves, sendo que na suinicultura e na avicultura, aliás, introduzidas mais recentemente, verifica-se um desenvolvimento animador, havendo inclusive, a perspectiva de, próxima instalação de uma fábrica de rações e de um abatedouro de aves, de portes razoáveis.
Mais recente também, é para o nosso homem do campo, a experiência do gado leiteiro, cujo rebanho começa agora, a ser melhor selecionado, registrando-se já, uma produção diária aproximada de 62.000 litros de leite.
A Cooperativa Mista Agropecuária, que pasteuriza e empacota parte desse leite e produz vários derivados no seu setor de laticínios, prepara-se para uma maior investida, no campo da industrialização.
O COMÉRCIO e a INDÚSTRIA patenses tembém, têm sofrido impactos negativos, principalmente esta última, na fracassada iniciativa de instalação de uma grande indústria de derivados de milho ocorrida alguns anos atrás, que parece haver decretado para os derrotistas, o fracasso completo de nossas aspirações industriais.
Entretanto, pelo menos duas grandes indústrias aqui se instalaram, sem que os pessimistas as vejam. Falamos da AGROCERES, com seu Departamento de Sementes, sua Fábrica de Rações e seu Departamento de Suínos, dando emprego aproximadamente a 280 pessoas e da FOSFERTIL, que, industrializando atualmente, cerca de 15.000 toneladas de fosfato por mês, emprega igualmente mais ou menos 280 pessoas.
E a nossa INDÚSTRIA, a partir das fabriquetas quase artesanais até as médias empresas (num total aproximado de 168) algumas até respeitáveis pelo número de empregados, associada ao COMÉRCIO, com cerca de 1125 estabelecimentos que vão do boteco de uma porta só, até as grandes lojas, algumas já sofisticadas, aí estão a empregar alguns milhares de pessoas.
Torna-se urgente, apenas, que nossos homens de empresa se agrupem, partindo para atividades maiores, como esta que se anuncia para breve, por parte de uma cooperativa de suinicultores e avicultores.
É o que se deve fazer, ao invés de ficarmos pelas esquinas e até mesmo através de órgãos de divulgação, a anunciar o pessimismo e a apregoar o danoso derrotismo.
Se não temos mais, é por culpa nossa. Despertemo-nos pois, para uma nova era, em que nossa produção agropecuária principalmente, possa deixar de ser mandada para fora, para que, sendo industrializada aqui, novos recursos nos sejam carreados.
* Fonte: Texto publicado na coluna Malho e Cinzel com o título “Gigante Acorrentado (III)” na edição n.º 05 de 15 de julho de 1980 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.
* Foto: Naosouexposicao.com.br.