O peixe Mocinha (Characidium sp.), também conhecido pelos nomes Chupa-pedra, Darter Tetra e Charutinho é muito comum em toda a América do Sul. Pacífico, vive em grupo, porém podem ocorrer confrontos territoriais entre machos da mesma espécie, mas não costumam ser muito agressivos. Recomenda-se manter em grupo de 8 ou mais indivíduos, pois dessa forma diminui sua agressividade. Também não deve ser colocado com peixes lentos e de nadadeiras longas, isso porque ele vai beliscar as longas nadadeiras do companheiro sempre que esse se aproximar. Kinguio e Acará Bandeira estão entre os que mais sofrem com essa “mania” do Mocinha.
Alcançando quando muito 5 cm de comprimento, é muito ativo e curioso. Basta chegar perto do aquário que ele vem para a parte da frente para ver o que está acontecendo. Apesar de ser ativo, tem a característica de ficar a maior parte do tempo rente ao substrato ou então em cima de pedras, troncos ou folhas de plantas mais resistentes. Parado, quase não chama a atenção, mas é quando se desloca que todo aquarista se encanta com sua maneira de fazer isso, parecendo rastejar pelo fundo apoiado sobre suas nadadeiras peitorais que mais parecem dois braços apoiados no chão.
Um aquário com plantas, rochas e troncos será muito bem aceito pelo Mocinha. Como não é um peixe que nada muito, vai utilizar esses elementos para subir próximo à superfície, seja para se alimentar, seja para observar o ambiente. As plantas de folhas largas como a Higrophylla corymbosa são um bom local para isso. Para manter a qualidade do habitat ideal a água deve estar entre 20°C e 30°C, mas de preferência manter em 25°C, e pH entre 5.5 a 7.0.
O Mocinha é um peixe carnívoro que em seu habitat natural se alimenta de insetos e larvas de mosquitos. Por conta desse comportamento é muito importante fornecer alimentos vivos pelo menos uma vez na semana, como artêmias, bicho do amendoim e enquitréias. Mas aceita muito bem as rações industrializadas do tipo granulada ou em pellets. Visto sua característica predatória, são muito eficazes no combate à larva de mosquitos e também a caramujos como physas, planobis e melanoides. Como irão beliscar as ampulárias não é recomendado o convívio dessas duas espécies no mesmo aquário.
Não há muita informação sobre sua reprodução em cativeiro, talvez por ser um peixe que não possui muito valor comercial e é encontrado com facilidade na natureza. Os machos costumam ser ligeiramente menores, com cores mais fortes e corpo mais fino, podendo apresentar manchas escuras em torno de sua nadadeira dorsal. As fêmeas são ligeiramente mais arredondadas e tem uma barbatana dorsal mais clara.
* Fontes: Aquaflux.com.br, Aquaonline.com.br, Peixesdeaquario.com.br.
* Foto: Edson Rechi, em Aquarismopaulista.com.