Num respaldo de festa, por coincidência, estavam numa roda, cinco pescadores, num entusiasmo impressionante. E o assunto, como é natural, era de pescaria e peixes, cada qual com mais vantagens:
PRETO: Formidável foi o surubim que eu peguei no Rio Espírito Santo, em setembro do ano passado. Só a cabeça do bicho tinha cinco palmos de comprimento… Não peguei mais, porque os pernilongos não deixaram. Havia lá pernilongo de até 3 quilos cada um. Parecia até da Rocinha!
GERALDO MARTINS: Melhor foi um peixe que eu peguei lá no Burrachudo. Era fêmea e tinha mais de 100… qual cem nada, mais de 500 peixinhos na barriga. Estava prenhe a danada!
TIÃOZINHO DA ELETRODIAS: O que é isso, bobo? Peixe não cria assim não. Peixe desova. Mas, comigo se deu uma, que nem gosto de contar, porque vocês vão achar que é mentira. E foi mesmo acontecido. A água estava limpinha, limpinha. Dois corimbatás estavam de boca unida, beijando-se, me parecia. Eu, então, devagarzinho fui descendo o anzol no meio deles, e vocês hão de ver, que consegui fisgar os dois mesmo na hora em que eles davam uma gostosa bicotada ?!
HÉLIO AMORIM: Gente, ainda hoje eu sinto arrepios com o peixe que peguei lá no Araguaia. Puxava, puxava a corda e a coisa estava pesada. Quando apareceu uma mancha escura à tona d’água, descarreguei o trinta. O peixe era tão grande, mas tão grande, que eu gritei: vamos embora, gente, que eu desta vez atirei foi num submarino. Acabava de pegar o maior pirarucu do mundo!
WALTER CAIXETA: Peixe grande foi o meu. Eu nunca vi igual. Vocês haviam de ver o dourado que eu peguei na Prata. Só a fotografia dele pesou 19 quilos!
* Fonte: Texto publicado na edição de 03 de novembro de 1975 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Muraljoia.com.