Dom Silvério Gomes Pimenta, sacerdote, professor, orador sacro, poeta, biógrafo, prelado e arcebispo de Mariana, nasceu em Congonhas do Campo-MG em 12 de janeiro de 1840 e faleceu em Mariana-MG em 30 de agosto de 1922. Foi o primeiro prelado eleito membro da Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 19, sendo recebido em 28 de maio de 1920. Conhecedor que era do latim, grego, hebraico, além das línguas vivas que usava correntemente, publicou poesias em latim. Sua obra maior é a Vida de D. Viçoso. Como jornalista, D. Silvério fundou e dirigiu, em Mariana, o Bom Ladrão, O Viçoso, O D. Viçoso e O D. Silvério, editados sob sua orientação e dirigidos pelos padres Severiano de Resende e João Luís Espeschit.
Em 1907, eclesiasticamente, Patos estava subordinada a dois territórios – o do Bispado de Goiás e ao do Arcebispado de Mariana, no que tocava ao distrito de Areado. Tão logo foi elevado a arcebispo, por decreto pontifício de 1.º de maio de 1906, Dom Silvério Gomes Pimenta empreendeu uma série de visitas pastorais por todas as paróquias do arcebispado.
A recepção a S. Revma, em 30 de agosto de 1907, foi uma festa espetacular em Areado¹. De Patos, seguiram para o distrito o vigário Getúlio Alves de Melo e a banda de música “Santa Cecília”. Às 10 horas, a alguns quilômetros de distância, uma comissão de mais de 100 cavaleiros recebia o ilustre prelado, que trazia ainda na sua comitiva o Monsenhor Fernando Barbosa, padres Antônio de Lelis, João Luiz Espechit e Ângelo de Resende, menorista Abílio Chaves e tonsurado Gustavo Aranaha. No dia seguinte, Dom Silvério ordenou o padre José Torquato da Rocha, filho de Areado, paraninfado pelo vigário Getúlio Alves de Mello.
A 4 de setembro, último dia da visita, era imensa a afluência de fiéis a Areado. A comitiva deixou o distrito no dia 5, elogiando bastante o vigário Antônio Maurício, seguindo para Capelinha do Chumbo, Palmeiras e Tiros.
* 1: Leia “Dom Silvério Gomes Pimenta, Arcebispo de Mariana, Visita o Distrito de Areado em 1907”.
* Fontes: Academia Brasileira de Letras; Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.
* Foto: Arquivo da Academia Brasileira de Letras.