FAZENDA DO CHUMBO À VENDA

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Parece estar despertando a attenção dos interessados, o que aqui temos dito sobre a Fazenda do Chumbo¹, em Minas Geraes, onde uma commissão nomeada pelo sr. Ministro da Fazenda, alli esteve durante onze mezes e regressou com um substancioso relatorio de imformações. E’ interessante a cotação que aquelle proprio nacional vai adquerindo aos poucos, sem que possamos determinar o phenomeno dessa elevação. O primeiro parecer lavrado pela secretaria do Thesouro, opinava pela venda dessa propriedade da União, pela importancia de 55:000$. O governo, como já dissemos, não a vendeu, porque teve proposta de 800:000$000, que està estudando.

Não nos foi possivel saber quem è o proponente, mas “A Capital” de Bello Horizonte, tratando do assumpto, diz que o mesmo individuo, que se propõe a adquerir a fazenda do “Chumbo” por 800 contos, acaba de fazer nova proposta e esta de 2.000 contos. Como se està vendo, não póde deixar de chamar a attenção de todos esse acontecimento, em que um só proponente desejando obter um proprio da União, vae elevando a sua proposta anterior, do valor de 800 contos de reis a uma outra de dois mil contos. Já noticiamos que, em uma extensão de 40 leguas, existe um veio de prata quasi na flor da terra. Sabe-se da existencia de grande mina de chumbo, de onde lhe veio o nome e só se não escreveu sobre as riquezas mineraes que se encontram em suas terras e sobre o que suas extensas mattas possuem em madeira de lei. “A Capital”, de Bello Horizonte, diz que a fazenda do “Chumbo” não deve ser vendida por menos de 20.000:000$000.

Esse ofertante, que de 800:000$000 não vacilou em elevar sua proposta para 2.000 contos, ha de saber perfeitamente porque o faz. Ao governo compete acautelar-se para se não deixar arrastar em negocio que uma vez realizado, redundará em prejuizo para a União.

* 1: Leia “A Fazenda do Chumbo”, “Fábrica de Ferro do Areado”, “Documento Sobre a Fábrica de Ferro do Areado”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Fazenda do Chumbo d’este Municipio” na edição de 07 de junho de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

* Foto: Início do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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