A turma do Nó Cego, que normalmente é a turma da Brasilva, realizou ano passado, no mês de maio, mais uma das tradicionais pescarias no rio Urucuia. Normalmente, nessas pescadas grandes, a turma vai no mesmo lugar de sempre, onde já conhecem as estradas, o local de acampamento e até mesmo os pesqueiros.
A turma, que arranchara para pescar 8 dias, estava realmente com muita sorte, principalmente na captura do surubim.
Um dia de manhã, Nó Cego deu uma saidinha pra ferrar uns dourados na corredeira. Ele usava como isca uns pedaços de matrinchã, o que na corredeira não ficava muito tempo presa ao anzol. De vez em quando, Nó Cego colhia a linha para conferir a isca, e foi exatamente numa destas conferidas que ele sentiu um peso danado na linha e veio arrastando devagar. Quando deu pra ver o que era, ele ficou meio surpreso, pois o seu anzol havia entrado no buraquinho de uma lata com capacidade para 9 litros de óleo. Esta lata deveria ser da última pescada, pois a turma costumava levar justamente uma lata de 9 litros de óleo. O nosso amigo Adilson puxou para dentro do barco a tal lata e, ao virá-la pra tirar a água, ele sentiu, ou melhor, ouviu um barulho estranho dentro da lata. O negócio foi abrir para ver o que havia dentro da lata, e a surpresa do Nó Cego foi muito grande, quando ao abrir a lata deparou com um piau de mais ou menos 3 quilos que fora criado ou desenvolvido dentro da lata.
* Fonte: Texto publicado em 13 de fevereiro de 1993 e republicado na coluna “Pesca & Prosa” (Tião Abatiá) da edição de 09 de agosto de 2014 do jornal Folha Patense.
* Foto: Muraljoia.com.