Na década de 50, o Nicolau Ribeiro estava no auge de “aprontar” com o próximo.
Existia, ou melhor, estava lotado na delegacia de polícia da cidade, um cabo que era uma verdadeira fera.
Então o Nicolau fez uma aposta com o Neri, de que passaria a mão na bunda do cabo.
– Pago pra ver! Disse o Neri.
Sessão de cinema em dia de domingo, no cine Tupã, era uma loucura. Era gente saindo pelo ladrão. E lá estava o cabo, de olho em tudo.
E o Nicolau, louco pra faturar a grana e conseguir mais um troféu para a sua galeria, esperou quando a luz apagou e zás… passou a mão na bunda do chefe do policiamento.
Pra quê! O homem deu um urro e o Nicolau ao seu lado perguntou:
– O que houve?
O cabo, como uma cobra, explodiu:
– Quem foi, sabe!
* Publicado em “Patos de Minas – Histórias que até parecem estórias…”, de Donaldo Amaro Teixeira e Manoel Mendes do Nascimento (1993). Ilustração de Ercília Fagundes Moura.