O Gaspar Dias pescava tranquilo lá na Prata, quando fisgou um dourado. É o Gaspar mesmo que relata. Ouçamo-lo:

– Fui tenteando o bicho… puxei, puxei, dei linha… puxei de novo e quase já trazendo o danado fora, vem um outro dourado enorme e abocanha o que estava fisgado, carregando metade do mesmo. Depois de ter salvado um pedaço do dourado, lancei o sundeiro mais longe e nem foi preciso esperar. Foi uma beliscada formidável. Era um lindo e enorme dourado. Repeti a mesma manobra: puxei, dei linha até cansar o dourado. Enfim consegui arrancá-lo d’água. Vocês hão de ver, que sorte a minha: o peixe estava barrigudo demais. Passei, então, o facão na barriga dele e, ó surpresa! Era o que me comera a metade do primeiro. Juntei as duas partes e recompus o dourado todo, voltando satisfeito para casa com dois dourados…

* Fonte: Texto publicado na edição de 03 de outubro de 1975 do Boletim Informativo, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Muraljoia.com.