Não ha de morrer jamais a lembrança do dia 31 do mez p. passado, dia cheio, feliz, de muita alegria sã e comunicativa. E’ o caso do passeio que um grupo de “dandys” e “melindrosas” da nossa melhor sociedade realisou, indo de caminhão atè lá do outro lado do rio. Sahiram daqui debaixo de muita risada, cantos, vivas á tôa, tendo partido da casa do Capitão Augusto Borges, moças e rapazes que foram procurar fóra, domingo, um pouco de distracção.
Tudo correu muito bem, não se tendo registrado nenhum incidente desagradavel. Ali á tardinha chegaram os excursionistas á casa do nosso amigo Francisco S. Nascentes, que, em companhia de sua Exma. Sra. D. Maria das Dores Borges foi prodigo em generosidades, mostrando deveras satisfeito com a agradavel (assim pensamos) surpreza. Depois de um ligeiro descanço e de percorrer as dependencias da optima fazenda do Chiquinho dirigiram-se os moços, ao toque da orchestra, que ia á frente sob á batuta do Ita á casa do Snr. Affonso Borges e de sua Sra. D. Rachel Borges Nascentes. Ali egualmente nababescamente recebidos, dansaram até as 11 horas. Foi uma especie de aperitivo para um maior esforço muscular, pois o Chiquinho “enciumado” requereu a volta dos barulhentos visitantes. Voltaram. O Chiquinho quasi ficou maluco com tanto barulho, tanta musica, cantoria, etc. Ahi é que a cousa ferveu mesmo. O Ita, depois de mandar ás urtigas a dor de cabeça (tomando Cafiaspirina) embocou a clarineta e tocou até ficar com o “bico” intumescido. Sapatearam ao som da orchestra e da sanfona (muito bôa) atè as 5 horas da manhã e sò se aperceberam que era já dia quando alguem notou o cró-cró das galinhas moriscando debaixo do soalho da casa do Chiquinho. Voltaram ainda a tempo da missa.
Emfim, uma festa de deixar saudade aos que nelle tomaram parte, agua na bocca a quem não a assistiu. Pois o Laurindo marcou quadrilha!… Moças e rapases, gratos ao Chiquinho e Senhora, ao Affonso e Senhora.
* Fonte: Texto publicado com o título “Passeio” na edição de 07 de setembro de 1929 do jornal Gazeta de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Globomidia.com, meramente ilustrativa.
* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.
