CIRANDAS DE RAFAEL GOMES DE ALMEIDA – VII

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CIRANDAE na dança política, Patos de Minas está e vai continuar por baixo. Tem gente ligada à nossa cidade, trazendo e fazendo campanha para candidatos que não são nossos. As cidades que nos circundam não estão dando a mínima para o apelo de união regional: Nossos vizinhos estão certos, se a Patos dizem não, pois se o patense divide, como pregar União?! (15/03/1982)

E tem gente que anda fazendo até gozação quando se fala na união patense: A pregação do patense não me causa regozijo, é como falar de união para a Empresa Gontijo! (15/03/1982)

As aulas começaram e com elas a agonia de muita gente que não tem recurso para ter os filhos na escola. De Uberlândia e Uberaba nos vêm notícias assim: Se você precisa bolsa, me procure por favor. Tenho verbas com fartura 1.100 – Vereador! Em Patos é um pouco diferente, pois o estudante tem que falar: A instrução que não tenho, nessa luta desmedida, meu lutar vai ser ferrenho: eu quero a bolsa ou a vida!? E sabem por que tudo isto?: O pobre eleitor patense na idiotice medonha perde o voto, perde a bolsa e só não perde a vergonha! (31/03/1982)

Patos está deixando passar da hora de arregimentar ou ceder para candidatos locais, em termo de Alto-Paranaíba. Nossa região tem que ter candidatos próprios da região e não apoiar candidatos de outras regiões. Não importa que sejam patenses. Podem ser de Patrocínio, Presidente Olegário, Carmo do Paranaíba ou qualquer outra cidade. Mas há de ser da região: Se você divide o muito, é pouco o que vai sobrar. Se você somar o pouco, é ao muito que vai chegar! Na hora de decidir, decida com orgulho são. Esqueça o seu egoísmo e pense na Região! (31/03/1982)

E eu acabei cirandando sobre política e só política. Mas sabem por que?: Vai indo a gente se cansa, e tem que soltar a voz: Chega de darmos frutos e darem cascas prá nós! (31/03/1982)

Estou escrevendo assim, porque na Festa do Milho vai chover de gente interessada em nossos votos, porque qualquer candidato que esteja militando na política, ainda que seja principiante, sabe de nossa burrice. Por isto, antes que a Festa chegue, vamos reunir as lideranças da região e com elas fazermos um coro só: Se você veio para a Festa, sem querer aproveitar, pode entrar que a casa é sua, mas não tente atrapalhar! Este aviso fica dado, pois já disse: a casa é sua! Mas se tem outra intenção, o seu caminho é a RUA! (31/03/1982)

Em Patos, criou-se a Associação de Defesa do Meio Ambiente, entidade que merece todo respeito, principalmente, por causa de seu presidente, Edmundo de Moura Estevam, pessoa que a gente sabe querer muito bem à nossa cidade. Mas o jornal que volta e meia sai em nome desta Entidade, precisa dar uma guinada, pois é mais uma promoção de uma senhora ou senhorita que deseja se lançar politicamente: Defesa do meio ambiente às vezes traz-nos problema: À Adema, nosso aplauso mas o jornal é um edema! (15/04/1982)

Inglaterra e Argentina ameaçam a paz no mundo. Duas nações com problemas internos, querendo estrapolar os seus problemas para fora de suas fronteiras. E brigam como crianças. Mas em Patos, a história é outra. A Escola Normal “Antônio Dias Maciel” está para completar 50 anos de vida dedicados ao ensino regional. É muito tempo e muita dedicação: Aos mestres que já se foram aos mestres que aqui estão, nosso abraço muito amigo e um mundo de gratidão! (30/04/1982)

Mas se a Escola está em festa, a cidade está zonza com as eleições. Parece que a Copa do Mundo está prejudicando o lançamento de candidatos. A luta dos prováveis é tão grande que a gente tem que cirandar: Se os candidatos são tantos, para acabar com os horrores quando for nas eleições não vamos ter eleitores! (30/04/1982)

Por mais que a gente falasse, nada se resolveu sobre trevo de ligação da Rodovia Patos-Presidente à BR 365. Agora, está todo mundo botando a boca no mundo, pois o trânsito pesado na Major Gote está causando malefícios à coletividade e à cidade: Como nos tempos antigos, vício maior que cachaça, Patos está de novo pagando pelos males da pirraça. E os pirracentos nos dizem no seu falar quase mudo, que pela cidade se mata e o povo acima de tudo. E no falar tão banal fico a pensar cabisbaixo: se por cima é deste jeito a gente morre por baixo! (30/04/1982)

* Fonte: Revista A Debulha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Basilio.fundaj.gov.br.

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