Curiosamente, até os políticos patenses são contra a criminalidade da região de Exú. Naquela cidade, eles matam tirando a vida, e nossos políticos matam as pessoas por dentro, e acham que não cometem crimes. Pobre povo patense, vítima da mesquinharia política: Os homens que nos comandam, se parecem com piada: – Pedem tudo, é verdade, e não oferecem nada. Num interesse mesquinho, matam ideal altivo, tiram defunto da cova, impõem morte aos vivos! (15/10/1981)
Coisa boa é a política, mesmo avacalhada como se encontra em Patos de Minas. Antes, muito antes de se falar em PDS, aqui prá nós já existia o PDS-1 e o PDS-2. Só que na hora da convenção fecharam as portas para o PDS-2: Se eu miro, acerto na mosca. Sereno sigo coeso, esperava fogo bravo, e deu brando o fogo aceso! (31/10/1981)
Candidatos a deputados, em estudo, existem aos montes. Tem gente que se diz candidato só porque precisa de um emprego na Capital, para que os filhos tenham condição de prosseguir nos estudos: Até hoje em nossa terra, ainda existe o “pelego”, que quer ser candidato, prá não perder este emprego! (31/10/1981)
Mas como eu estava falando antes, a política é bom demais. Imagine, sem Festa do Milho e nem nada, até o Ministro da Agricultura veio a Patos, numa de suas “raras” entrevistas pelo Brasil afora: Reside na agricultura, a salvação do Brasil, ainda que o lavrador vá… tomar algum doril! (31/10/1981)
Se a política continuar sendo conduzida, em Patos de Minas, do jeito que a coisa anda, certamente, os votos serão restritos, pois é bem possível que os nossos “chefes” estabeleçam quem pode votar: Democracia suprema do voto sábio é que sai, só vota velho de oitenta com a presença do pai! (31/10/1981)
O patense está vendo o que acontece no Brasil, quando se usa a besteira de querer seguir o caminho do “puxa-saquismo”. O Maluf quis dar uma de Figueiredo e deu no que deu. Nem assim o patense aprende: Depois dos ossos quebrados, de tantos ruídos e estalos, quem se mete em que não deve, leva queda do cavalo! (31/10/1981)
Segundo informações vindas da “oposição”, recentemente, foi concedido um título de cidadania patense que virou comédia e que vai acabar entrando para o folclore de nossa terra. A coisa aconteceu, mais ou menos assim: Eu quero a cidadania, não importa merecimento, e por isto, nestes termos, espero deferimento! (30/11/1981)
A imprensa patense tem sido muito infantil em tratar certos assuntos, pois o marasmo da política patense, parece ter afetado tudo o que aqui se faz. Só dois exemplos: Falou-se muito numa fábrica de produtos derivados de suínos. Falou-se tanto, que Patrocínio passou na frente e… vapt. Falou-se muito na Casa da Cultura que será instalada na antiga (?) Rodoviária, e mais uma vez Patrocínio passou na frente e… vapt: De tantos trancos que leva, patense fica aloucado: – Patos grita e não faz, Patrocínio o faz calado! (30/11/1981)
A juventude patense e os homens de bem desta terra, estão loucos para ter um deputado federal e dois deputados estaduais a nos representar. Como acontecia em 1953, quando tínhamos 5.000 eleitores. Os políticos locais se esqueceram como se faz política: Para que a cidade cresça, basta um pouco de prudência, uma dosagem de amor e um voto de decência! (30/11/1981)
O pior é que tem gente que se arvora em participar de nossa política, manipulando candidatos que não nossos, infiltrando-os no nosso meio. Sinceramente não dá para entender, mas há quem explique: Quando o povo se amofina, e a miséria se expande, os patos que aqui não cabem vão para a lagoa grande! (30/11/1981)
Francamente, dá pena ver a luta do Oswaldo em favor de Patos e na defesa de sua candidatura a Deputado. O “pacotão” eleitoral pode não funcionar, mas não tira o mérito do Oswaldo Amorim: O Oswaldo que tanto luta, na fila do PDS, o homem sofre sorrindo, o candidato padece! (31/01/1982)
E a Festa do Milho vem aí. Só não percebe quem não quer. E vejam que o prefeito já está tomando as primeiras providências: Depois de tantos buracos, o remendo é brincadeira, é assim que se procura, tapar o sol com a peneira! (28/02/1982)
* Fonte: Revista A Debulha, do arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.
* Foto: Cirandadeapoio.com.