Patos se movimenta e progride em todos os ramos da actividade humana.
E isto não é optimismo nosso, senão facto observado por quantos nos honram com suas visitas periodicas.
O commercio principalmente soffreu de pouco tempo para cá uma evolução digna dos melhores encomios e merecedora de um especial registo.
O nosso commerciante comprehendeu, afinal, que já era tempo de ir abandonando os processos carranças até então em voga, para se modernizar, adaptando-se às exigencias da epocha.
Comprehendeu tambem que o desempenho da difficil arte de vender exige, alem de aptidão innata, o concurso de conhecimentos geraes e technicos como bagagem indispensavel ao bom exito. Assim, a escolha da mercadoria, a sua disposição e arranjo, as attenções e boas maneiras (sem sabujice) para com o publico, de parceria com o bom humor são outros tantos requesitos que se casam e se integram na formação do commerciante moderno.
Já não basta amontoar mercadorias e mostrar ao publico que se é apatacado, é preciso que se seja artista na compra, no arranjo e na venda, procurando sempre agradar ao freguez.
Arte e gosto é o que se exige hoje.
É o que acontece com o elegante estabelecimento que fica ao lado da Matriz, inquestionavelmente o mais moderno da praça.
Ahi se encontram cortes finos para senhoras e senhores, artigos para presentes, brinquedos, enxoval para noiva, kolynos e uma magnifica secção de perfumaria.
Visite o leitor amigo a casa “Borges” e verá a exactidão de nossa asserção.
É seu proprietário o nosso conterrâneo e amigo José Juca Borges (Dozinho).
* Fonte: Texto publicado com o título “O Nosso Commercio” na edição de 02 de agosto de 1925 do Jornal de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Pt.dreamstime.com.