O futebol, pegou de tal maneira no Brasil, que representa, para o brasileiro, quase o mesmo, que o coração representa para a vida. Não há, nos dias de hoje, em qualquer região, em qualquer localidade, por mais longinqua que seja, a inexistência de seu campo de futebol e de sua equipe, que nas tardes domingueiras, provoca e promove o entretenimento da população.
Aliás, dentro deste prisma e com este espírito é que os representantes do povo, em suas várias camadas administrativas, dão uma ênfase toda especial às competições futebolísticas, facilitando-lhes quase tudo, a fim de que, no fundo, o próprio povo venha a ser beneficiado. E, assim, hoje, o país possue uma das maiores redes de estádios, do mundo, começando pelas capitais e se espalhando pelas principais cidades do interior.
Aqui, em Patos de Minas, contudo, as coisas não são vistas por este prisma.
Não temos o nosso estádio e aqueles que já existiram e já proporcionaram, em outras épocas muita diversão e muita alegria ao torcedor, ou foram vendidos ou ase encontram em verdadeiro estado de abandono, fazendo com que o futebol patense, outrora respeitado em toda a região, caminhe a passos largos, com destino ao marasmo e ao esquecimento.
Na época em que U.R.T. – Mamoré – Tupi – São Vicente – Penharol e outras equipes de destaque, mantinham acesa a chama de bons quadros de futebol, o torcedor sempre compareceu ao campo, sempre incentivou seu quadro preferido, dando um colorido todo especial, às tardes domingueiras do patense e levando o nosso nome esportivo, a outras plagas, com destaque todo especial, já que elementos para a prática do futebol, nunca faltaram por aqui.
Sentimos saudades, nos dias atuais, dos grandes clássicos do futebol patense, reunindo URT e Mamoré, no Estádio Waldomiro Pereira ou no velho e tradicional Estádio Zama Maciel ou “Velha Mangueira”, como qaueiram.
Hoje, contudo, o que nos resta… apenas a lembrança daqueles dias de glória, de um futebol que já foi campeão do Alto Paranaíba; campeão do Triângulo e já manteve equipe até mesmo na divisão extra, do futebol das alterosas.
Exatamente, pensando nisto, é que resolvemos enfrentar mais esta parada, através desta novel revista e daqui, deste canto de página, conclamar aos desportistas de escol, de nossa terra, para uma união de esforços, no sentido de conseguir o soerguimento do futebol patense.
Há necessidade, urgente, que se faça reaparecer o Esporte Clube Mamoré, o famoso “periquito”, da rua Major Gote e com o seu ressurgimento, é claro, voltará a surgir, em nosso cenário, a velha rivalidade com a URT e esta, por sua vez, voltará a inflamar a sua torcida e por certo, estará outra vez, ocupando posição de verdadeiro destaque, dentro do cenário esportivo, não só da região, como do estado e mesmo de todo o país.
Nos dias atuais, estamos procurando desenvolver à frente da Liga Patense de Desportos, um trabalho pertinaz, de base, no sentido de poder dar um pouco de colaboração ao nosso futebol, mas aguardamos o pronunciamento daqueles que gostam do esporte bretão, no sentido de que sejam apresentadas as soluções capazes de nos tirar desta agonizante situação em que se encontra o nosso futebol… As portas, estão abertas ao diálogo.
* Fonte: Texto de Edson Nunes publicado com o título “Futebol – Alegria da Massa” na edição n.º 1 de 15 de maio de 1980 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doado por João Marcos Pacheco.
* Foto: Colorir.blog.br.