TEXTO: FOLHA DE PATOS (1942)
Aniversaria-se no próximo dia 30, o dr. Zama Maciel, agrimensor, inspetor do Ginásio D. Lustosa de Patrocínio e um de nossos mais eficientes redatores.
Expressão vigorosa e brilhante de nossa alta intelectualidade, não sabemos que mais admirar no aniversariante: se o estro de sua poesia farfalhante; se o calor de suas orações empolgantes, de grande orador que o sabe ser; ou se a maestria de seus artigos oportunos, de verdadeiro jornalista que o é.
Certo é que admiramos em sua pessoa a síntese de tudo isso, porque lhe admiramos o talento de escól e a inteligencia privilegiada e primorosa que dão vida e alma ao desenrolar harmonioso de seu pensamento. Figura das mais brilhantes da nossa aristocracia do pensamento, é de ver a finura com que penetra no âmago de especialidades e assuntos de outras carreiras, que não as de seu diuturno estudo, discorrendo sempre com a desenvoltura e conhecimento seguro, só peculiares aos intelectuais de eleição. Personalidade inconfundivel nas manifestações de seu talento, a sua esplêndida cultura histórico-sociológica como que o torna o animador natural das rodas de palestras, que constituem a propria vida das cidades do interior.
Conhecedor emérito dos protocolos sociais e imperdoavel nas suas críticas severas e causticantes , o aniversariante torna-se logo o centro de irradicação das mais elegantes e requintadas reuniões de nossa alta sociedade, devendo ter-se habilitado já para traçar com cores vivas a psicologia feminina patense, porque, solteiro, permanece incólume ao bombardeio de várias gerações desta terra dadivosa e… de mulher formosa.
A data de seu aniversário é, pois, expressiva para a nossa sociedade, e afetiva para os que trabalham nesta casa, ao incentivo de seu valor cultural e da verve de seu espírito fulgente.
* Fonte: Texto publicado com o título “Dr. Zama Maciel” na edição de 28 de junho de 1942 do jornal Folha de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Do livro Domínio de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.
