De Perdigão, perto de Luz, de Araújo, que anteriormente se chamava Saúde.
Onde a senhora se formou?
Na Escola Normal Oficial de Dores do Indaiá, em 1934.
Conte-nos alguma coisa de sua vida escolar.
Meu pai se mudou de Saúde, para perto de São Gonçalo do Abaeté, lugar chamado “Alto do Retirinho” onde se dizia Sertão; até eramos chamados de sertanejos pelos “capitalistas”, lá de Saúde, de Santo Antônio. Meu pai foi para lá, onde era terra ainda do governo, com uma farmacinha, uma loja de sociedade, onde ficamos alguns anos. O lugar fica entre Varjão e São Gonçalo do Abaeté. Depois nos mudamos para o arraial de São Gonçalo do Abaeté. Em 1926, fiz o primeiro ano primário em Dores, com D. Margarida Sabino (o Jésus Santos e a Benvinda Silveira foram meus colegas). Em 1927, fomos para São Gonçalo do Abaeté, porque eles tinham conseguido a nomeação de uma professora do governo, D. Elvira Garcia, casada com o famoso Prof. João, do qual, também fui aluna, onde fiz o 2.º e o 3.º ano e paralelamente ao 3.º, fiz o 4.º ano, porque eu tinha um retardo pedagógico de ter entrado um pouco tarde para a escola. Eu entrei para a escola sabendo ler, pois minha mãe me ensinou, lá na Fazenda. Ela dava aula para os filhos dos agregados. Quando D. Elvira adoeceu, eu estava no meio do 3.º ano, quando passei a estudar com D. Cecília Garcia, viúva do Otaviano, de Presidente Olegário e estudava particular com o Prof. João, inclusive francês e acho que o que eu sei de português, aprendi foi naquela época. Em 1930, fui para Dores do Indaiá. Eu não tinha o 4.º ano legalizado, pois o havia feito com professor particular. Lá eu frequentei uma semana de aula no grupo e fiz o que se chamava exame vago. Fiquei na Escola de Dores do Indaiá, durante cinco anos, formando-me em 1934.
Como é que a senhora veio parar aqui em Patos de Minas?
Quando eu me formei meu pai continuava com a farmacinha em São Gonçalo do Abaeté, minha irmã Conceição, que havia feito até o primeiro ano de adaptação em Curvelo, já fizera o 2.º ano aqui em 1934, e a Guiomar, tinha terminado o 4.º ano, em Pompéu. Ai ia ficar muito difícil com o pessoal todo fora e meu pai resolveu vir para Patos.
A senhora começou a lecionar imediatamente?
Sim. O Dr. Juquinha Andrade, lá de Abaeté era o Diretor do Grupo “Marcolino de Barros” mandou me chamar para substituir a D. Celcídia, que havia saído de lá para lecionar em uma classe primária da Escola Normal. Eu nunca me esqueço da delicadeza do Dr. Juquinha. Meu pai tinha contado para o Dr. Adélio Maciel, que era muito seu conhecido que tinha uma filha formada, outra que formava naquele ano e outra que ia começar naquele ano e indagou da possibilidade de eu lecionar aqui. Foi em consequência daquela conversa que o Dr. Juquinha mandou me chamar e quando lá cheguei, ele disse assim: “nós estamos precisando do seu trabalho aqui”. Já não era eu que precisava mas ele; vejam a finura do trato. Então ele completou dizendo: “a classe é de 3.º ano repetente três vezes ou quatro”, não me lembro; “os meninos tem 14, 15 anos. Se a senhora achar difícil, eu vou trocá-la com uma professora mais experiente pois a senhora está começando”. Então eu perguntei se ele queria experimentar se eu seria capaz de dirigir aquela classe. Então peguei a classe e tive muita sorte, porque fui até o fim, sem nenhum problema, ficando lá até 1934.
A senhora poderia lembrar alguma experiência que marcou o início de sua carreira?
Sim. Houve um fato que até gosto muito de contar para minhas alunas. No meu primeiro dia de magistério, na hora do recreio, D. Laudimira, veio muito espantada e disse-me que um determinado aluno havia colocado veneno na água da talha. Era um menino de 14 a 15 anos; quando os alunos voltaram do recreio, eu peguei o livro de chamada e disse: “fulano, quer fazer-me o favor de levar este livro e entregar ao Sr. Juquinha”. Esperei um instante e disse aos demais alunos: “abram o livro na página tal e vão lendo enquanto eu vou ali”. Sai e encontrei-me com o aluno, de volta, no corredor, perguntando-lhe: “escuta, ouvi dizer que você colocou alguma coisa na água da talha, para os meninos tomarem, é verdade?” Ele respondeu: “é verdade”. Perguntei: “para que você fez isto?” e ele respondeu: “para que eles tomassem água azeda”. Então lhe disse que o que ele colocara na água era veneno e que muitos meninos poderiam ter morrido e ele assustado disse: “Nossa Senhora! Verdade, D. Filomena?” Eu lhe disse: “é verdade; a gente para brincar, precisa ter muito cuidado”. Ele perguntou-me se eu iria suspendê-lo da aula e eu disse que não, mas que ele tivesse mais cuidado quando fosse fazer brincadeiras. Foi uma lição muito grande; uma interpretação à teoria do behaviorismo psicológico, que é julgar o indivíduo por uma ação, quando muitas vezes ele não tem a intenção de fazer aquilo que está fazendo. A intenção daquele aluno, era uma brincadeira, entretanto se fôssemos julgá-lo pelo fato, teríamos um julgamento muito injusto.
Quanto tempo de magistério a senhora tem?
Em 17 de fevereiro, devo completar 47 anos.
Quando a senhora passou para a Escola Normal?
D. Maria Rezende dirigia a Escola e convidou-me em 1940 para trabalhar nas classes anexas. Havia aqui, apenas duas classes: 1.º e 2.º e 3.º e 4.º anos, conjuntos, com apenas duas professoras. Peguei a classe de 3.º e 4.º anos e fiquei até 1943, quando fui para Belo Horizonte, fazendo o curso da antiga Escola de Aperfeiçoamento em 44 e 45.
Quando a senhora assumiu a direção?
Em 1946, estavam com dificuldades na direção da Escola Normal. Eu até havia sido convidada para ser orientadora no grupo “Cristiano Machado” de Belo Horizonte, onde eu havia feito um estágio. Encontrei-me em Belo Horizonte, com o Dr. Leopoldo Maciel, Dr. Moacir Viana e Maximiano Miranda, então o Dr. Leopoldo me falou que no dia seguinte, o “Minas Gerais” iria publicar a minha designação para dirigir a Escola Normal pois estavam com dificuldades. Respondi que viria fazer a matrícula e depois eles resolveriam quem haveria de ficar, porque até não era de meu feitio dirigir e nem me interessava pela direção, porque existia um detalhe: eu só dirigiria um estabelecimento, se a política não entrasse. Então o Dr. Moacir disse assim: “vejo uma mulher de coragem”. E me garantiu que nunca haveriam de intervir e de fato, cumpriram a palavra, nunca fazendo qualquer pressão política. Quando recebi a Escola havia apenas 46 alunas matriculadas, em virtude de um problema que tinha havido. Matriculei 72 meninas. Creio que em 1950, fecharam a parte masculina do Colégio das Irmãs e os rapazes ficaram sem aula. Fui a Belo Horizonte, conversei com o Secretário de Educação sobre a possibilidade de aceitá-los aqui e ele achou interessante, pois disse que os diretores homens, estavam pedindo para não receber alunos do sexo masculino e eu ia pedir para aceitá-los. Então ele autorizou e recebi aqui os alunos de 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª séries. Posteriormente, a portaria 100 determinou que rapazes só seriam aceitos se houvesse vagas, o que nunca acontece, pois sempre sobram moças. Continuei na direção até abril de 1952. Reassumi a direção em 26 de junho de 1959 e permaneço até o momento.
Qual foi sua atividade nesse período de sete anos?
Quando deixei a direção em 1952, continuei na Escola, apenas lecionando Didática, para o curso Normal. No segundo semestre de 1954, ganhei uma bolsa para fazer um curso de Didática (era Metodologia naquela época), no Rio de Janeiro, pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos). Depois fiz outro curso do PABAE, que era um convênio que o Brasil mantinha com os Estados Unidos. Este curso foi em Belo Horizonte.
A senhora podia citar algum fato que lhe tenha trazido uma alegria especial?
Foram tantas. O magistério traz tanta preocupação, mas também tanta alegria que é difícil de se saber qual é o maior. É um dia-a-dia de coisas agradáveis.
Alguma decepção marcou seu magistério?
Não. Nenhuma decepção. Tudo que me aconteceu, achei muito normal, muito natural.
Se a senhora tivesse a oportunidade de começar tudo de novo, a senhora reiniciaria no magistério? Acha que valeu a pena?
Lógico. Exato. Acho que o magistério é um trabalho – eu não chamo de profissão não, sabe? Embora muita gente não queira assim, acho que é um trabalho que nos traz mais alegria, porque o magistério está muito ligado à família. A gente forma uma verdadeira família dentro da escola, com os professores, alunos e funcionários e isto satisfaz muito porque o homem nasceu para viver em família. A professora é a segunda mãe.
A senhora se julga, “brava”, tanto como professora ou como diretora?
O povo me acha muito brava; eu sei disto. Eu fico feliz é com o seguinte: não sei porque eu sou brava, porque chego às vezes, a ser até maternal. A começar com os alunos deste 1.º aninho que passam aqui e dizem “Tchau Tia Mena”. E o tanto de tratamento de “Tia Mena” que eu recebo nesta cidade, faz-me pensar que não sou brava assim. Sempre fui enérgica; nunca fui, nem quis ser e teria vergonha de ter sido a professora boazinha.
O que a Escola Normal representa para a senhora?
Ah, representa a minha vida.
A senhora tem ou teve alguma outra atividade paralela?
Fiz um trabalho que gostei muito, foi o da implantação do MOBRAL, onde trabalhei dois ou três anos, não me lembro muito bem. Quando saiu a lei obrigando os prefeitos a implantarem o MOBRAL, fui procurada pela Miluca que me disse que o meu ex-aluno Pinheirinho (Dr. Edson Pinheiro) havia mandado me chamar para recebermos na rodoviária, uma pessoa que vinha de Belo Horizonte para dar um curso aqui. Houve alguns imprevistos e a pessoa não chegou de ônibus e só fomos encontrá-la na Prefeitura, onde o Pinheiro que era da Administração Municipal, já nos esperava. Então a professora que viera disse assim: “quem será coordenador do MOBRAL, aqui? E o Edson respondeu: “é a Dona Filomena”. E completou “e a senhora sabe que não vai receber nada por isto”. Começamos o serviço, a Miluca e eu, andavamos a pé, com uma pasta debaixo do braço, por todos os arredores da cidade e achei aquele trabalho maravilhoso, pela felicidade que ele proporcionou a tantas pessoas. Hoje o MOBRAL, cresceu tem muitos funcionários e até uma viatura e continua a fazer um trabalho muito bom.
Então quer dizer que no ensino de Patos, a senhora trabalhou do MOBRAL até a Universidade?
Agora me lembro, que na implantação da reforma, da Lei 5692, também, tive uma boa experiência. Fui chamada para ser a coordenadora da implantação da reforma do ensino aqui e trabalhamos para valer, a Miluca, a Matilde, a Maria Geraldo e eu, trabalhávamos na Prefeitura até 11 horas da noite. E acho que conseguimos bons resultados, porque quase todos os colégios de Patos, implantaram os cursos profissionalizantes, em atendimento àquela lei. De fato. Aliás, trabalhamos juntos, não é Dirceu? Desde as primeiras reuniões, quando entrávamos com cem cruzeiros para pagar em prestações, lembra-se?
D. Filomena, a senhora concorda que a qualidade do ensino tem caído e é hoje bastante inferior à de muitos anos atrás?
Perfeitamente e muitas são as causas. Querem ver? Por exemplo: os alunos que ingressaram nas Faculdades de Filosofia, em sua maioria, fizeram curso científico ou de contabilidade. Poucos são os que tiveram qualquer estudo de Didática, Metodologia, Psicologia da Criança e outras matérias, que são a base para se formar um bom professor. E o que ainda é pior: há professores formados em Faculdades que fizeram supletivos e muitos o fizeram até para 1.º e 2.º grau. Devo deixar bem claro, que existe um esforço muito grande da Secretaria, da Delegacia de Ensino, e dos professores, mas a história tem seu início lá no Ministério da Educação, então muita coisa foge do nosso alcance. Mesmo por parte do Ministério, há esforço, mas há energia perdida e tempo perdido, com um rendimento mínimo.
Quer dizer que a senhora acha que a lei do ensino em vigor, faz com que o ensino seja inferior, apesar de todos os esforços?
Na parte de 1.º grau, eu acho deficiente, apesar de todo o esforço, em virtude do leque que acharam muito bonito, aquela quantidade de matérias, com uma confusão muito grande. Houve uma diminuição muito grande da carga horária e há uma grande perda de tempo. Há ainda o grande problema de pessoas que militam no magistério, sem ter vocação, além do problema de professores que não tiveram uma base sólida, conforme já falei. Acho ainda que o uso indiscriminado da televisão pelos alunos é um sério problema; a pratica desordenada de esportes com grande preocupação do tempo e aponto também o livro didático, como responsável, por ser mercantilizado. Aquele livro chega ao absurdo de trazer perguntas já elaboradas, com as respectivas respostas, fazendo com que os professores se acomodem e não estudem, nem pesquizem. Já disse em uma reunião, que o ensino em Minas, que foi pioneiro, está agonizante e espero não assistir ao enterro. Volto a insistir na falta de um embasamento para se conhecer melhor seus alunos. Jean Marques Rousseau disse: “Começai por conhecer melhor os vossos alunos, porque certamente ainda não os conheceis” e ainda foi ele mesmo quem disse: “As crianças têm maneiras de sentir, pensar e agir, que lhe são próprias em cada idade que têm”. Quer dizer um menino de 7 anos é diferente de um de 6. Então o embasamento ao qual me refiro, é estudo, que até empolga e faz com que se veja que a criança é diferente e não um adulto em miniatura como a escola antiga e tradicional pensou durante muito tempo e aí a pessoa se envereda por um campo de estudo bonito, filosófico e científico. É por isso que eu digo que qualquer profissão precisa de um embasamento, que sirva de suporte para o que se pretende fazer. Por mais boa vontade que tenham os professores, que se esforçam, se sacrificam, se dedicam, e apesar da ajuda da orientação supervisora e da orientação educacional, acabam não conseguindo o que se pretende. Há outro aspecto muito sério em decorrência das dificuldades da vida atual. O pai sai para o trabalho e muitas vezes, a mãe tem que fazer o mesmo, às vezes em dois horários e acabam não tendo tempo de dar qualquer assistência aos filhos. Este é um fator que pesa muito no rendimento escolar do aluno. Acho muito natural e lógico, que a pessoa procure melhorar seu padrão de vida, entretanto, não podem os pais, se esquecer de que os filhos são a coisa mais preciosa que possuem e que muitas vezes, estão sendo relegados a um pano secundário.
O que a senhora pensa da recuperação e da dependência?
A falta de compreensão do que é a recuperação é pior do que a dependência. Em alguns cursos que fiz, de origem nos Estados Unidos, aprendi que lá se usa um sistema semelhante ao do SESU, chamado módulo. O aluno recebe os trabalhos e faz-se no fim a avaliação e o aluno só recebe novo trabalho se tiver vencido a tarefa anterior ou continua com aquele até vencê-lo. É uma espécie de uma recuperação durante o ano inteiro e não o que se faz aqui para que o aluno se recupere durante duas semanas: isto é um absurdo. Há um problema, que felizmente não acontece aqui na Escola; existem professores que passam todos os alunos, para não perderem dias de férias, com a recuperação. Outros professores, pensam que a recuperação é para passar o aluno, o que não é verdade; ela serve para fazer o aluno crescer. Anteriormente, dava-se um trabalho, e o aluno que deixasse de fazê-lo, tinha sua nota diminuída e não como se faz hoje, que os trabalhos feitos servem como pontos cumulativos.
A senhora acredita que possa aparecer alguém para mudar essa lei e corrigir essas falhas?
Acredito. Acredito porque o atual Ministério da Educação está preocupado com isto; a Secretaria da Educação está muito preocupada com isto; a Delegacia de Ensino e os próprios professores estão clamando por esta melhora. E ai de nós, se não tivéssemos ainda, os professores que temos.
O que a senhora acha da prova de múltipla escolha?
Acho boa até certo ponto, porque evita por exemplo o subjetivismo do professor, que muitas vezes, sem querer, é impressionado pela boa apresentação de uma prova e acaba dando uma nota melhor. Agora, acho que não se pode ficar apenas na múltipla escolha, é preciso se contrabalançar com uma parte onde o aluno seja obrigado a escrever.
Nos cursos das faculdades de Filosofia não existe a cadeira de Didática, por exemplo?
Existe, mas o estudo é feito em alto nível, que não desce à objetividade do nosso contato com o aluno de 1.ª a 4.ª série e da 5.ª a 8.ª. O aluno recebe um conteúdo muito rico, muito alto. Agora, a nossa Faculdade conseguiu uma complementação de curso, que vai melhorar muito a situação.
Como a senhora tem se comportado diante das falhas apontadas na atual lei de ensino?
Aqui, nós misturamos o programa da reforma com o programa antigo e eu assumo inteira responsabilidade.
Sempre temos perguntado isto em nossas entrevistas e lhe perguntamos também, como a senhora pensa que devem ser os candidatos políticos?
É um bocado difícil, principalmente para mim, que vivo limitada dentro dessa Escola. Há poucos dias, tive a incumbência de saudar o prefeito que seria homenageado em uma solenidade, então, eu resolvi pedir ao Departamento de Educação e Cultura da Prefeitura, que me fornecesse os dados relativos àquele setor, que é o que me fala mais de perto e confesso que fiquei surpresa com o grande trabalho que foi feito naquele setor, porque eu fico presa aqui e não tomo conhecimento de nada. Então eu acho muito difícil, mas penso que o candidato deve ser trabalhador, com certa experiência, “com os pés no chão”, honesto (que nem precisaria citar), interessado e entrosado com a nossa situação e disposto a sacrifícios.
A senhora que deixar alguma mensagem aos seus inúmeros ex-alunos e ao povo patense?
A mensagem para meus ex-alunos é que me sinto realizada neles: sinto-me vaidosa pelo que eles vêm sendo e são. Fico muito feliz porque vejo meus alunos vencendo na vida e fico orgulhosa por saber que toda a luta, valeu. A minha amizade e minha admiração a cada um deles. Envaideço-me demais ao ver o sucesso de cada um deles e principalmente, pela amizade que todos eles me dedicam. Ao povo de Patos a minha mensagem é que me sinto tão bem aqui, que meu irmão Napoleão, chega a brigar comigo porque ele quer me levar para Belo Horizonte e eu não vou. Sinto-me orgulhosa de ser “Cidadã Patense”. Espero melhores dias para o ensino de nosso povo, desde o jardim até a universidade. O magistério é um trabalho muito simples, mas alguém já escreveu que “O Professor governa o país do futuro, através de seus alunos, porque o país do futuro, vai ser o que os seus alunos forem”. Então o magistério é uma espécie de administração para o futuro, porque é justamente deste trabalho da escola, em todos os níveis é que serão forjados desde os pequenos artífices, até o Presidente da República, porque ele também se assentou num banco de 1.º ano, na escola.
* Fonte: Entrevista de Dirceu Deocleciano Pacheco e João Marcos Pacheco publicada na edição n.º 34 da revista A Debulha de 15 de outubro de 1981, do arquivo de Dácio Pereira da Fonseca.
* Foto: Arquivo da Escola Normal.