O Major Carlos da Costa Soares nasceu em Paranaguá-PR em 24 de setembro de 1866. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1882, onde trabalhou no comércio de tecidos. Matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, cursando Farmácia, formando-se em junho de 1889. Transferiu-se para Formiga, onde se casou, e logo depois veio para Patos, onde exerceu a profissão por muitos anos, sendo um dos pioneiros no ramo. Foi professor de ensino médio no antigo colégio do Dr. Jacques Dias Maciel. Foi Vereador, eleito em 1904, quando era presidente da Câmara o Major Jerônimo Dias Maciel. Manteve escola primária particular, ao lado da esposa Maria Carolina Andrade Soares, no fundo do Largo da Matriz, hoje Praça Dom Eduardo. Faleceu em Formiga, aos 82 anos, em 04 de abril de 1949.
Major Carlos, professor e farmacêutico, já era um cidadão respeitado em Patos no início do século 20. No final de 1908 ele recebeu um oficio convidando-o a legalizar a abertura de sua farmácia. Não sabemos qual foi a sua reação, mas os responsáveis pelo jornal da época, O Trabalho, o primeiro jornal de Patos de Minas, reagiram imediatamente, considerando a atitude “um disparate”:
O nosso amigo Major Carlos da Costa Soares, habil pharmaceutico residente nesta cidade, recebeu do Dr. Valladares Ribeiro, director da Secretaria do Interior deste Estado, um officio convidando-o a legalizar a abertura de sua Pharmacia.
Suprehendeu-nos a nós e ao nosso amigo Major Carlos semelhante disparate, e por mais que conjecturassemos não chegamos a conhecer a causa que motivou o tal officio!
O Sr. Major Carlos Soares diplomou-se em Pharmacia pela Escola de Medicina do Rio de Janeiro em 25 de junho de 1889, tem o seu diploma registrado na Secretaria da Faculdade em 4 de julho de 1889; exerce a profissão com toda a proficiencia no Estado de Minas ha 19 anos, sendo 9 na cidade de Formiga e 10 nesta cidade; paga annualmente os impostos federaes, estaduais e municipaes a que está sujeito; porque é que elle tem ilegalmente aberta a sua pharmacia?
Não comprehendemos…
Muitos existem por toda esta Minas Geraes que exercem por longos annos a profissão de pharmaceutico sem serem diplomados e sem terem siquer a respectiva licença e não são incommodados pela Secretaria do Interior. Estes são os felizardos que zombando da lei tiram largos proventos a custa da ingenuidade do povo!
* Fontes: Texto publicado na edição de 08 de dezembro de 1908 do jornal O Trabalho com o título “Um Disparate!”, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam; Logradouros Públicos de Patos de Minas, de Júlio César de Resende.
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