Passado o espírito natalino, começa, a partir desta semana, as expectativas para o Carnaval 86, que este ano promete agitar a cidade, principalmente se levado em consideração o substancial aumento na verba injetada para incrementar a folia de rua, por parte da prefeitura municipal. Antes porém dos quatro dias fatais, os carnavalescos já se mostram preocupados com as badernas que geralmente são aprontadas pelos rapazes do Tiro de Guerra.
No ano passado houve muitas queixas contra os atiradores, que, segundo inúmeras reclamações, andaram aprontando muitas confusões pelo centro da cidade. Na reunião que os representantes de blocos, escolas de sambas e outros animadores do carnaval de Rua fizeram com a diretoria do DEC – Departamento de Educação e Cultura, muitos pedidos foram feitos no sentido de que fossem tomadas sérias medidas para evitar as confusões que os atiradores normalmente aprontam nesta época.
O representante do Clubinho Carnavalesco lembrou que no ano passado teve que, várias vezes, interromper o andamento da festa para chamar a atenção dos rapazes do Tiro de Guerra que faziam tremendas arruaças entre os foliões. Conforme suas acusações, os atiradores jogam pedras nos músicos que estão em cima do caminhão, agarram as moças que desfilam na escola de samba e bloco, e quando se embriagam, acabam provocando brigas que normalmente geram muitos tumultos, oferecendo sérios riscos aos foliões que apenas querem participar da alegria da festa.
Este ano deverá ser encaminhado ao Capitão do Tiro de Guerra um pedido para que durante os dias de carnaval possa haver na Major Gote elementos da própria corporação para punir os atiradores mais afoitos. Conforme se concluiu a policia militar não consegue controlar os soldados do Tiro de Guerra, porque não têm autoridade para prendê-los e desta forma a solução do problema poderá surgir apenas com a colaboração da própria corporação. Na verdade, todos estão torcendo para que este ano, pelo menos com relação aos atiradores, não seja igual àquele que passou.
* Fonte: Jornal Correio de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.
* Foto: Joãoletramentodigital.blogspot.com.