Não se sabe ao certo quando o Furão foi domesticado, embora pesquisas arqueológicas tenham encontrado vestígios dele por volta de 1500 antes de Cristo. É provável que tenha surgido do toirão (Mustela putorius), como também tenha vindo da doninha-das-estepes (Mustela eversmanni), ou, por outro lado, algum tipo de cruzamento híbrido entre as duas espécies. No entanto, estas três espécies apresentam similaridades e diferenças únicas.
Durante muito tempo, a principal utilização humana dada ao Furão encontrava-se na caça, uma vez que, dotado de corpo magro e alongado e uma enorme curiosidade natural, está adaptado para entrar em buracos e espantar roedores e coelhos para fora de suas tocas. Continua ainda a ser usado para a caça em alguns países, tais como o Reino Unido e a Austrália, onde os coelhos são considerados pragas e a combinação de uma pequena rede com um ou dois Furões continua sendo uma técnica muito utilizada, apesar dos avanços tecnológicos atuais.
Dizem que no século XVII o Furão foi levado ao Novo Mundo e utilizado extensivamente desde 1860 até o início da Segunda Guerra Mundial como forma de proteção das provisões de cereais no oeste dos Estados Unidos. Neste país, sua popularidade como animal de companhia começou, provavelmente, a partir de 1975, graças à Dra. Wendy Winstead, uma veterinária e antiga cantora de música folk que se dedicou ao seu comércio, maioritariamente para pessoas famosas, tendo participado em diversas apresentações na televisão com os seus espécimes.
Dotado de energia e curiosidade durante toda a vida, vigia constantemente o ambiente que o rodeia, entregando-se ativamente às brincadeiras com seus donos. Nos Estados Unidos e na França é considerado o terceiro animal de companhia, posicionado depois do cachorro e do gato. Mesmo sendo considerado por alguns como um animal perigoso para as crianças, a proporcionalidade de problemas relatados é menor do que as ocorrências problemáticas com aqueles.
A expectativa de vida é de três a seis anos, embora em raros casos possa chegar até aos treze anos. Devido ao fato de ser animal ágil e curioso, em ambientes domésticos tem bastante facilidade em passar por buracos nas paredes, armários ou por detrás de eletrodomésticos onde pode se ferir ou até mesmo morrer devido a choques elétricos. É comum vê-lo mastigar objetos macios, geralmente constituídos por borracha, isopor ou esponja, que se tornam autênticos perigos em caso de ingestão, podendo bloquear o intestino ou até mesmo causar a sua morte. As portas de tela são especialmente frágeis às suas unhas e os ductos de ventilação são por diversas vezes utilizados como rotas de fuga.
Ao contrário dos cães e dos gatos, a maioria dos Furões quando se encontram perdidos, têm pouco sentido de orientação para retornar ao lar, ficando a vaguear sem rumo, caso não sejam rapidamente encontrados, acabando eventualmente por morrer num espaço de poucos dias. Em ambiente doméstico, uma das principais causas de acidentes fatais com os Furões acaba por ser fruto da curiosidade natural do animal, que, ao entrarem em sofás dobráveis ou cadeiras reclináveis, morrem esmagados quando são fechadas. É por isso importante, por parte dos criadores domésticos, tomar providências a fim de preparar a casa antes de tomar a decisão de ter um Furão como animal de companhia. Diversos criadores aconselham preparar a casa como uma tarefa contínua envolvendo a revisão cuidadosamente de todas as divisões, remoção de todos os objetos potencialmente perigosos e restrição de acesso a qualquer buraco ou eventual rota de fuga.
O Furão gasta a maior parte do seu tempo dormindo, embora seja muito ativo ao despertar, explorando persistentemente a área circundante. É mais ativo ao amanhecer e ao pôr-do-sol. Embora pareça, não é animal de gaiola. Deve ser criado solto, como cães e gatos, ou ter um cômodo da casa reservado. Tal como o gato, o Furão pode usar uma caixa para suas funções de excreção com um pouco de treinamento. É considerado ótimo parceiro de atividades em jardins e gosta especialmente de “ajudar” seus donos nessa tarefa, embora não deva ser permitido andar sem vigilância, uma vez que não sente medo de nada, a ponto de entrar em situações eventualmente perigosas. Ao ser levado para fora, necessita sempre de vigilância, de preferência sendo preso por coleira adequada.
Os Furões são extremamente sociais entre si, entregando-se às brincadeiras e atividades com outros de sua espécie com bastante facilidade. São considerados monogâmicos, sendo que, é comum observar que, após a morte de um dos elementos do casal, o animal sobrevivente frequentemente morre passados alguns dias, provavelmente por motivos de solidão ou depressão. Por esta razão, os principais criadores recomendam a colocação de três animais juntos como forma de evitar a morte por solidão. No entanto, a criação de animais solitários é possível desde quando acompanhada de perto com bastante atenção e disponibilização de tempo para jogos e brincadeiras.
Pode ser um maravilhoso animal de companhia para as crianças. Contudo, é recomendado vigiar com maior atenção as crianças menores. Estas devem ser ensinadas a segurá-lo, como com qualquer outro animal doméstico. Muitas vezes elas tratam o Furão como brinquedo e tenta abraçá-lo com força, o que pode sufocar o animal, provocando uma tentativa de fuga em pânico, possivelmente gerando arranhões ou mesmo mordidelas em situações extremas. É recomendado observar de perto a convivência entre os animais e as crianças muito pequenas para a proteção de ambos.
Em situações de particular agitação, ele executa a dança de guerra da doninha, que consiste numa série de saltos laterais de forma frenética, geralmente acompanhado com ligeiros sons semelhantes a tosse ou guinchados. Tal como os gatos jovens, não costuma morder seus donos, mas os criadores indicam que é frequente observar ligeiras mordidelas nos dedos, indicando por outro lado que apenas os animais sujeitos a maus tratos ou em situação de dor ou perigo poderão morder um ser humano. Ainda a exemplo dos gatos, o Furão é dotado de mandíbulas fortes e dentes em forma de agulha, sendo que, quando realmente morde, facilmente fura a pele humana.
Existe no mercado uma grande variedade de alimentos adequados. Comidas de gatos ou gatinhos podem ser usadas, uma vez que contêm altas quantidades de proteínas e gorduras essenciais para o seu metabolismo. De preferência deve conter entre 32% a 38% de proteínas e entre 15% a 20% de gorduras. De uma forma geral, gosta de comidas doces ou frutos secos, tais como uva passa, pasta de amendoim ou pedaços de cereais. Mas tais comidas devem ser evitadas, pois a incapacidade do animal em digerir estes alimentos pode provocar doenças.
Alguns criadores disponibilizam rações à base de carnes de galinha, subprodutos animais e ossos, ou roedores, tais como camundongos e ratos, comum na Europa, sendo também cada vez mais popular nos Estados Unidos à medida que aumenta o conhecimento dos malefícios das comidas processadas com sua alta quantidade de açúcares e carboidratos.
A maioria dos Furões muda de pelo duas vezes por ano, uma na primavera e outra no outono, sendo que, durante estes períodos, é recomendável a escovação regular e a administração de produtos laxantes de forma a criar uma proteção contra a ingestão de pelos em demasia. Os banhos frequentes não são recomendados, e a maioria dos veterinários indica que não devem ser dados mais do que um banho por mês, sendo que, muitos criadores nunca o fazem, à exceção de quando possa ocorrer algo que justifique a lavagem. O corte frequente das unhas e a manutenção de uma boa limpeza nas orelhas são recomendações importantes para o bem estar do animal.
O Furão costuma mudar ligeiramente de cor conforme as estações do ano, sendo que ganha uma tonalidade mais clara no inverno do que no verão. Em muitos animais, é possível observar também a mudança de cor para tons mais claros à medida que envelhecem. Nos Estados Unidos, as diferentes associações de criadores reconhecem diferentes cores para a classificação das espécies, o que apenas é considerado importante em casos de competições ou exibições.
O vírus da cinomose é mortal para os Furões, pelo que os criadores recomendam a sua vacinação. Em alguns países em que é permitida a criação doméstica, a vacinação contra a raiva é exigida embora a incidência desta doença no Furão seja extremamente baixa.
A legislação brasileira não proíbe a criação de Furões de espécies exóticas. Já a captura, caça ou criação em cativeiro de espécies silvestres são proibidas. Porém, tendo em vista que, em muitas regiões do Brasil, os predadores naturais dos Furões estão extintos, pode facilmente ser considerado como praga em caso de proliferação descontrolada. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis exige que os Furões sejam castrados e munidos de um microchip ao entrarem no país, bem como que sejam acompanhados de um documento legal contendo uma declaração de responsabilidade pelo animal por parte dos criadores, obrigando-os a informarem qualquer decisão de doação ou venda do mesmo.
* Fonte: Wikipédia.
* Foto 1: Dalva-amaral.blogspot.com.
* Foto 2: Vilelavet.blogspot.com.