De acordo com os recenseamentos da época, Patos de Minas contava em 1925 com 40.732 bovinos, sendo 19 guzerás, 12 nelores e 2 suíços. As boiadas, tangidas ao som lúgubre dos berrantes e o aboio cadenciado dos boiadeiros, cortavam a cidade, indo abastecer as grandes charqueadas, notadamente em Barretos-SP. A então Praça dos Boiadeiros, hoje Abner Afonso, era o ponto de encontro dos condutores de gado. Até o início da década de 1930, Patos não se interessava pela industrialização e muito menos pela melhoria genética de seu rebanho. As exposições da pecuária, tão comuns em diversos municípios, nunca encontraram o apoio generalizado da parte dos criadores patenses. Mas, a de Uberaba, de repercussão mundial, trouxe reflexos positivos em toda a região, despertando o interesse dos criadores patenses. Abner Afonso de Castro foi um dos responsáveis e grande incentivador da melhoria de nossos rebanhos. Em contato frequente com os especializados criadores do Triângulo Mineiro foi aos poucos introduzindo genética mais produtiva no gado patense, transformando positivamente a mentalidade daqueles que tramitavam no setor. Um grande exemplo dessa mudança de mentalidade está na capa da edição de 13 de março de 1937 do jornal Folha de Patos. A foto vislumbra o quanto Abner já estava trilhando o caminho da melhoria genética do rebanho do Município¹.
* 1: Leia “Gadomania: A Esperança do Zebu da Década de 1940”, “Sobre o Gado do Dr. Itagiba”, “Pecuária: Ascenção e Queda na Economia Patense”.
* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.
* Fonte: Domínios de Pecuários e Enxadachins, de Geraldo Fonseca.
* Foto: Arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.