PÚBLICO QUER MAIS CARAMBOLA, O

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CARAMBOLAO Grupo Carambola, que ultimamente rodou por várias cidades de Minas, finalmente, com o evento do V ENCONTRÃO, deu-nos o ar de sua graça, na fria noite de sexta-feira passada, no auditório da Rádio Clube, com o show Viajante Cantador. De zero a dez, eu lhes daria a note onze, e talvez não estaria fazendo justiça a tão bonito espetáculo. O público que abarrotou o acanhado auditório parecia estar “com fome de Carambola”, e alguns dos presentes chegaram a se impacientar com a pequena demora que antecedeu a entrada do grupo. Atrás das cortinas, havia um “ligeiro” nervosismo e apesar de já estarem acostumados a enfrentar públicos até maiores do que ali se encontrava, os rapazes do Carambola não escondiam uma pequena tensão com relação ao comportamento que poderia advir dos expectadores. Um pouco antes de começar o show, Ramalho me dizia – “A gente fica mais é com vontade de tocar” – e de fato ele tinha razão para sentir isto. Não só ele como os outros, afinal, o Carambola fez sua última apresentação aqui em Patos, há quase um ano, exatamente, no dia 29 de junho de 84, com o show Senhores Moleques de Minas. Daí pra frente apresentaram-se em tantos lugares, e para tanta gente, que seria difícil e até certo ponto monótono citar.

Andando, cantando, tocando e aprendendo, sem dúvida esta prática amadureceu o grupo, que neste show demonstrou estar mais tecnicamente dotado. O que consequentemente deu mais brilho ao espetáculo. Vilmar esteve ótimo na guitarra, Maurício muito bem no vocal, Ramalho, tranquilo, bordava as músicas com o som suave do bandolim, Gilmar dominou perfeitamente a viola. A presença de Castor e Vicente (Bakana), garantiram a perfeição melódica das músicas apresentadas.

Quando o show acabou, as pessoas não quiseram acreditar, e aí pediram bis, os rapazes ficaram em dúvida (Será que esperavam o bis?), e anunciaram a presença de “Tiofinho” (Teófilo), enquanto eles descansavam um pouquinho.

Tiofinho também agradou. Segundo palavras de Civuca, ele representava a velha guarda do movimento musical patense. Enquanto isso o Carambola discutia sobre qual a música que iriam tocar para atender o pedido de bis, e finalmente resolveram e a escolha não poderia ter sido melhor – Ciranda de Ouro fechou o encerramento do espetáculo. Foi um “Deus nos acuda”, o povo queria mais e infelizmente não tiveram. Ainda bem que eu gravei tudo.

* Fonte: Texto publicado na edição de 15 de junho de 1985 do jornal Correio de Patos, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do Unipam.

* Foto: Do LP “En Cantos Geraes”, do arquivo de Wander Porto.

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