ACARÁ-PEBA

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Na América do Norte, durante muitos anos criou-se determinado peixe chamado vulgarmente Jack Dempsey pela sua belicosidade e que se supunha ser Cichlasoma nigrofasciatum. Certa ocasião, em uma partida de peixes vindos da América do Sul, verificaram que o nigrofasciatum não era o Jack Dempesey, como se supunha. Essa história demonstra que a identificação de um peixe nem sempre é tarefa fácil.

A família dos ciclídeos, a que pertence o Acará-Peba (Cichlasoma severum) – também conhecido como Acará Severo – contém peixes de alto valor ornamental. Muito curiosa é a biologia desta família e interessante a maneira cuidadosa com que os pais cuidam dos filhos, limpando pedras para depor os ovos enterrando-os em uma cavidade, verdadeiro ninho. Muitas vezes os pais transportam os filhos na boca e deles cuidam durante muito tempo. Na espécie africana, a incubação é feita na própria boca, e por esse motivo os ovos diminuem de número e tamanho.

Os peixes desta interessantíssima família são pelejadores, valentes e, além disso, carnívoros, razão pela qual não podem ser criados juntamente com outros. Mas não obstante o temperamento agressivo, chega a acamaradar-se com o seu dono, ou melhor, com quem lhe fornece alimento. Basta bater nas paredes do aquário e ei-lo que docilmente se acerca. Há quem o chame por assovio. Este ciclídeo não é indicado para aquários comunitários com peixes pequenos, para ser mantido com outros peixes, estes devem ter o seu tamanho ou mais e o aquário deve ter mais de 200L para evitar que o Severo ataque os outros habitantes do tanque, principalmente na época da reprodução, onde o peixe se torna bastante agressivo.

É pouco exigente quanto à qualidade da água. A sifonagem do fundo, manutenção dos filtros e as trocas parciais são indispensáveis; prefere um pH levemente ácido, entre 6,5 e 7,0 e temperatura em torno de 26º C; plantas são muito bem vindas, mas devem ser escolhidas as espécies mais resistentes, como as do gêneros Echinodorus, Anubias etc. Um sinal de alerta quando o peixe não está contente com o aquário ou então está assustado é a sua coloração, o peixe fica pálido e com as listras verticais bem acentuadas. A reprodução não é muito difícil, a parte mais complicada é a formação do casal. O macho costuma ter a cabeça mais azulada, sua nadadeira dorsal é mais longa e termina bem afinalada, além de ser maior que a fêmea que possui o final da nadadeira dorsal mais arredondado.

Normalmente o casal escolhe uma superfície lisa como local para postura dos ovos. A fêmea deposita os ovos e o macho os fertiliza logo em seguida. Caso tudo ocorra bem, os ovos devem eclodir em 48 horas, e os pais chegam a ficar dias sem se alimentar, só cuidando dos filhotes. Depois de uma ou duas semanas, deixe os filhotes sozinhos, e alimente-os com infusórios e naúplios de artêmia, até começarem a aceitar ração. Se o aquário (indicado o de 200 litros) estiver de acordo com as exigências do peixe, o casal pode chegar a desovar até uma vez por mês. Os adultos (podem chegar a 20 cm de comprimento) aceitam todo tipo de alimento: rações, minhocas, artêmias, dáfnias etc.

* Fontes: Peixes da Água Doce, de Eurico Santos, e aquaciclideos.blogspot.com.

* Foto: aquaristas.forumeiros.com.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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