PELA LIGAÇÃO ASFÁLTICA CONTÍNUA PARA BRASÍLIA

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TEXTO: OSWALDO AMORIM (1985)

Vinte e cinco anos depois da inauguração de Brasília, continuamos sem uma ligação asfáltica contínua e direta para a Nova Capital – com todos os prejuízos e transtornos consequentes.

Eis aí a nossa mais flagrante deficiência, no setor viário, e cuja solução, por isso mesmo, constitui um grande desafio para todos nós.

A cada viagem, enfrentamos duas alternativas indesejáveis: dar uma volta de mais de 100 quilômetros para rodar o tempo todo no asfalto, ou encarar os 100 km de terra, entre Presidente Olegário e o entroncamento da BR-040 (Rodovia Belo Horizonte – Brasília).

A primeira, evidentemente, espicha sua duração, aumentando os gastos com combustível, o desgaste dos pneus e a fadiga.

A segunda, aumenta o desconforto – pelos solavancos e a poeira – e os riscos de viagem – como provam os constantes e graves acidentes ocorridos neste trecho, bem como o brutal desgaste do veículo, sujeitos a bacadas violentas.

Note-se que as condições da estrada pioraram muito, em consequência do vertical crescimento do tráfego pesado, provocado, por sua vez, pelo fantástico aumento da produção agrícola, em toda a região por ela cortada.

Nestes 25 anos, ganhamos apenas 30 km pavimentados: a rodovia Patos – Presidente Olegário, iniciada no Governo Aureliano Chaves e concluída no Governo Francelino Pereira.

Pela extraordinária importância da estrada, não apenas para Patos, mas para toda uma vasta região, impunha-se a continuidade das obras. Sobretudo, quando se leva em conta que o trecho pior, de construção mais difícil, lenta e cara, fôra vencido.

Era fácil prosseguir, pela boa topografia da maior parte do trecho restante, pela ausência de obras de arte de porte e porque a estrada já estava implantada em quase toda a sua extensão. (O “quase” aqui vai por conta do trecho a retificar).

Mas como, infelizmente, o asfalto parou em Presidente Olegário, é preciso uma mobilização geral para o reinício da obra. E como esta obra interessa a toda uma série de outros municípios, vamos pedir o apoio de todos para reivindicá-la em bloco, ao Governo do Estado.

Façamos com que as nossas vozes se juntem também às vozes de Presidente Olegário, Lagamar, Vazante, João Pinheiro, Paracatu, Lagoa Formosa, Carmo do Paranaíba, Guimarânia, Patrocínio e quantas outras cidades se disponham a engrossar o coro.

De resto, um coro que devia reunir todas as grandes lideranças da região, na área política (sem distinção de partidos), empresarial, agrária e outras, não apenas para assegurar o prosseguimento e a conclusão da sonhada ligação asfáltica contínua e direta para Brasília, mas também para erguer-se em defesa de todas as grandes causas comuns da região.

* Fonte: Texto publicado com o título “Asfalto Para Brasília” na coluna Política do n.º 122 de 31/08/1985 da revista A Debulha, do arquivo de Eitel Teixeira Dannemann, doação de João Marcos Pacheco.

* Foto: Do arquivo da Fundação Casa da Cultura do Milho, via Marialda Coury.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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