AQUI É SEMPRE MAIS BARULHO

Postado por e arquivado em FEBEAPAM - FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASSOLA PATOS DE MINAS.

No âmbito do Estado de Minas Gerais, Patos, sem ainda o “de Minas”, já foi a Capital do Diamante. Patos, sem ainda o “de Minas”, já foi a Capital do Trigo. Patos, já com o “de Minas”, já foi a Capital do Fosfato. Patos de Minas já foi a Capital do Milho, e hoje mantem esse simbólico título única e exclusivamente por causa da FENAMILHO. No caso do diamante, o mineral se exauriu. No caso do trigo, uma intricada rede de complicações. No caso do Fosfato, fatores políticos. No caso do Milho, outros municípios foram e estão sendo mais eficazes. Mas, tristemente, Patos de Minas já pode ser considerada novamente Capital de algum fator relevante.

Já faz muito tempo que Patos de Minas deixou de ser uma Cidade saudável para se viver em se tratando de poluição sonora. Com o nosso crescimento populacional, e mesmo ainda sendo uma Cidade de porte pequeno, quase 160 mil habitantes, a poluição sonora vem aumentando assustadoramente, gestão pública após gestão pública, que, infelizmente, não age, não faz absolutamente nada para impedir esse gravíssimo problema de saúde pública, que, excluindo os causadores do problema, afeta a todos da Comunidade, principalmente idosos, acamados e hospitalizados, e igualmente aqueles que unicamente buscam SOSSEGO.

Tudo o que acontece aqui tem que ter barulho. Senão, vejamos estes apenas sete exemplos, só para não prolongar muito o assunto:

1) Já estamos para ultrapassar a marca de 40 mil motos presentes no trânsito. É sabido que os fabricantes de motos investem muito dinheiro no desenvolvimento de veículos cada vez mais silenciosos. Para azar dos justos, que sempre esperam sossego, pelo menos 98% delas têm o escapamento adulterado, independentemente da cilindrada. Daí, de meio em meio minuto, se ouve uma barulheira insuportável, 24 horas por dia, muitas delas que dão tiros horripilantes, sempre em altíssima velocidade para que o barulho e os tiros se destaquem. E incluindo aqui as insuportáveis bicicletas motorizadas.

2) Quanto aos carros, os fabricantes têm a mesma preocupação: colocar no mercado veículos cada vez mais silenciosos. Não na mesma quantidade dos motoqueiros, mas frequente, muitos gastam um dinheirão para equipar o carro com som para uma única finalidade: fazer barulho, o máximo que puder. Então, o sujeito sai desfilando pela Cidade com o som no último volume, pouco se incomodando se está incomodando. E tem outros que, igualmente como os motoqueiros, também alteram o escapamento para barulhar.

3) Tendência antiga, mas até então em um ou outro comércio, agora é enorme a quantidade de lojistas no Centro e sabe-se lá quantos nos bairros, que colocam caixas de som com volume acima do suportável na porta do estabelecimento. Simplesmente as caixas de som ficam lá nas portas das lojas distribuindo aos ouvidos de quem passa o que há de pior na música brasileira. E ainda tem os caras que ficam de microfone na mão, em pé ou sentados num banquinho, berrando as qualidades do comércio e suas possibilidades de bons negócios e quando resolvem descansar a garganta, tascam os fatídicos lixos musicais.

4) Em tempo de qualquer comemoração, vem aquela carreta popularmente conhecida por trenzinho da alegria, toda iluminada e com o som nas últimas, mais alto do que o das motos e carros, também tremendo os vidros das residências e com o tradicional lixo musical, não se importando se são dez e meia da noite, som que deveria ser apenas para aqueles presentes no veículo.

5) Não é muito frequente a presença de circos na Cidade. Mas quando vem um, obviamente a barulheira vai caracterizar a sua presença. E tome carreta com som nas alturas e buzinas como aquela dos navios varando as ruas, e carros, o dia todo, anunciando os espetáculos, sempre com som que se houve de longe.

6) Recentemente teve a carreata de uma candidatada à Rainha do Milho. Claro, barulho ao extremo, de doer terrivelmente os tímpanos. Pelo menos uns quarenta veículos, todos buzinando irritantemente sem parar, com um deles anunciando a festa e a candidata com o som que se ouvia na Mata dos Fernandes. E, para piorar, azucrinando o trânsito pela velocidade de 5 km/h.

7) É muito comum algumas rádios da Cidade armarem objetos infláveis em determinadas esquinas do Centro. E tome música da pior qualidade e som grandemente perturbador aos ouvidos.

Recentemente, com um estardalhaço fora de propósito, foi criada uma nova logomarca para a Cidade. Estardalhaço fora de propósito porque a logomarca é um plágio de uma empresa americana¹. Acompanhando a iniciativa, o novo lema: AQUI É SEMPRE MAIS. Aqui é sempre mais o quê? Aproveito o novo lema para intitular o artigo: AQUI É SEMPRE MAIS BARULHO, numa das piores besteiras que assola Patos de Minas.

Se os pais não impõem regras a seus filhos desde crianças, estes se tornarão adultos problemáticos não respeitadores das Leis. Se o poder público não impõe regras aos cidadãos, numa cidade ainda pequena como Patos de Minas, os cidadãos se tornam incontroláveis, como já acontece, e vai piorar quando Patos de Minas for uma grande cidade. Infelizmente, não há HOMENS PÚBLICOS aqui com CAPACIDADE para se evitar a atual BADERNA BARULHENTA e, pior, para se evitar a PIORA FUTURA.

Essa é a DEMOCRACIA DO VOTO, onde o eleito faz o que quer, quando quer e se quiser. Enquanto isso, que o eleitor, querendo unicamente SOSSEGO, que se acomode em seu lugar de ser unicamente um mantenedor financeiro das vontades do eleito! Portanto, nas próximas eleições, você, eleitor, vote no fulano que vai fazer o que quer, quando quer e se quiser, sem jamais, e em tempo algum, te perguntar se concorda ou não. É sempre assim na DEMOCRACIA DO VOTO! Alguma diferença com a DITADURA?

* 1: Leia “Nova Logomarca e Novo Lema: Demagogia Que Não Vai Sanar Nenhum Dos Nossos Problemas”.

* Texto e foto: Eitel Teixeira Dannemann.

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