ESPECULAÇÕES SOBRE A VENDA DO ESTÁDIO ZAMA MACIEL

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Em 2005, uma baita crise financeira obrigou o Mamoré a negociar o Estádio Waldomiro Pereira com uma rede de hipermercados nas seguintes condições: saneamento das dívidas, aquisição de um terreno e a construção de um novo estádio. Assim surgiu o Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz, com capacidade para 10 mil espectadores, inaugurado em 26 de julho de 2009 no Bairro Ipanema. Com essa negociação, surgiram boatos de que o Estádio Zama Maciel¹ seguiria o mesmo roteiro. Poucos anos após vieram as primeiras especulações. Em 13 de maio de 2015, um texto de Simone Marques publicado em patosja.com.br com o título “Parceria para construir shopping onde hoje é o Zama Maciel está próxima de acontecer” prenunciou os boatos:

E a diretoria da União Recreativa dos Trabalhadores (URT), tem planos para o Estádio Zama Maciel. A intenção é ceder o terreno para a construção de um shopping e buscar recursos para construir um novo estádio. As negociações estão avançadas.
O estádio Zama Maciel é uma construção da década de 1960 que teve sua iluminação inaugurada no dia 28 de Maio de 1966,  ficou muitos anos apenas com a arquibancada, onde hoje estão as cadeiras, em 1977 é que ganhou arquibancadas especiais. Mas a casa da URT pode deixar de existir na avenida Brasil. É que desde 2014, a diretoria estuda proposta de empresários para construção de um shopping no local.
O presidente Roberto Túlio Miranda afirmou que no dia 19 de maio irá até Belo Horizonte, onde haverá um encontro com o advogado do clube, Lucas Otoni, que está examinando o contrato para a viabilização do empreendimento. Para após isto dar início a negociação, apresentando as propostas para o conselho do clube e também aos torcedores. Existe o interesse de um grupo da Capital Mineira na construção de um Shopping, onde hoje existe o estádio Zama Maciel.
O presidente deixa claro que não haverá venda e sim uma parceria, em que a URT entrará com o terreno e o grupo com a edificação do shopping, o que segundo Roberto Túlio será muito interessante para os cofres do time.
Caso aconteça a aprovação do projeto, a URT deverá ficar sem estádio durante algum tempo e a expectativa é de alugar um outro estádio podendo ser em Patrocínio ou Uberlândia, mas a preferência seria Patos de Minas, no Bernardo Rubinger de Queiroz, que é a casa do arquirrival, Mamoré, o que poderia ser feito em forma de parceria que todos os lados saíssem ganhando.

Apesar de o assunto ser deveras comentado na Cidade, substancialmente entre os torcedores, a negociação não foi à frente e morreu. Mas não morreu a expressa necessidade de se desfazer do patrimônio numa outra negociação. Em 10 de novembro de 2017, um texto de Lucas Papel publicado em ge.globo.com com o título “URT analisa propostas para venda do Zama Maciel; troca por estádio e CT interessa” coloca novamente a venda do Estádio Zama Maciel em pauta:

A venda do estádio Zama Maciel ganhou mais um capítulo. Alvo de empresários por estar situado em uma área nobre de Patos de Minas, a casa da URT tem mais duas propostas na mesa para analisar. Uma delas, segundo o líder do conselho gestor do Trovão Azul, Domingos Sávio, é interessante e prevê a construção de um novo estádio com capacidade para 15 mil pessoas e um centro de treinamento em troca do terreno da avenida Brasil. Para analisar a proposta de parceria com calma, o dirigente ressaltou a importância de uma análise cautelosa com todos os envolvidos, antes de fechar negócio. “Recebemos uma proposta de empresários de fora, incluindo gente da cidade também, que nos daria uma área para construir um estádio para 15 mil pessoas e três campos para um Centro de Treinamento. A gente ainda teria a parceria de 51% dentro do empreendimento que fosse montado dentro do Zama, que ainda não foi nos falado qual. Tornamos público porque queremos que as pessoas discutam. Não batemos o martelo, até porque não temos pressa e nem obrigação de vender. Mas quando aparece uma oportunidade, temos analisar e discutir melhor com diretores, conselheiros, torcedores, a cidade de Patos de Minas”, explicou Domingos Sávio.
Líder do conselho gestor da URT, Domingos Sávio diz que proposta está na mesa, mas precisa ser discutida com calma O dirigente vê o atual Zama Maciel como um estádio antigo, que não comporta totalmente o “espetáculo do futebol”. A proposta de parceria agradou à diretoria, principalmente pelo fato de que o percentual no empreendimento a ser montado na área nobre da cidade irá gerar uma renda mensal ao clube. Enquanto as conversas avançam, Domingos Sávio disse que a URT providencia uma maquete com o orçamento do estádio ideal a ser construído, além dos campos do CT. Por outro lado, garantiu que Trovão só deixa o Zama com o novo estádio entregue. “Eles nos cobraram uma maquete do que pensamos para um estádio, ver orçamento, essas coisas. Pediram uma certa agilidade, mas nada com pressa. Até a construção do outro estádio, nós vamos jogar no Zama Maciel. Então, para 2018, acredito até para 2019, não sairíamos da Avenida Brasil não. Fizemos algumas reformas recentes na academia, restaurante, gramado, alojamento, para dar mais conforto aos atletas”, disse o dirigente.
A outra proposta recebida pela URT, segundo Domingos Sávio, vem de uma construtora de fora da cidade e que pretende construir 17 torres de apartamentos populares na área do Zama Maciel. Além disso, discutiria a possiblidade de um campo para o clube. A princípio, a oferta não atente aos interesses do clube.

Eis que, um mês após, com os torcedores ainda ruminando essa negociação, em 19 de dezembro de 2017, um texto de Maurício Rocha publicado em patoshoje.com.br com o título “Negociação do Estádio Zama Maciel pode envolver também o Estádio Bernardo Rubinger” nos apresenta uma proposta totalmente diferente da anterior:

Uma reunião entre o Conselho Gestor da União Recreativa dos Trabalhadores – URT – pode definir o futuro do Estádio Zama Maciel. O clube recebeu uma proposta de venda de parte do imóvel localizado na Avenida Brasil e receberia em troca um novo estádio e um centro de treinamento que seriam construídos nos arredores da cidade.
A negociação, no entanto, pode envolver o Estádio Bernardo Rubinger de Queiroz, que pertence ao rival Mamoré. Nesse caso, ao invés de construir um novo Estádio, a URT repassaria parte dos recursos para o Mamoré e tornaria o Estádio Bernardo Rubinger um bem do município com possibilidade de uso para os dois clubes.
A proposta é vista como a mais viável, principalmente por causa do custo de manutenção dos Estádios. Os cuidados com um Estádio para 15 mil lugares, por exemplo, pode chegar perto de R$ 20 mil por mês. Há quem diga também ser desnecessária a existência de dois Estádios na cidade, sendo que apenas um, recebendo os cuidados necessários, é suficiente para atender aos dois clubes.
A decisão de envolver o Estádio Bernardo Rubinger na negociação do Estádio Zama Maciel ainda é apenas uma proposta que precisa ser aprovada por diretores de Mamoré e URT. Existem diretórios favoráveis, como também existem pessoas contrárias à medida nos dois clubes.
Na URT, a reunião dos conselheiros que vai avaliar a proposta de venda de parte do Estádio Zama Maciel será realizada no dia 27 de Dezembro.

E nada aconteceu. Enquanto isso, tanto Mamoré quanto URT continuavam atolados em suas penúrias financeiras. No caso aqui do Trovão Azul, mais do que nunca era preciso encontrar uma solução. Em 26 de julho de 2021, um texto de Maurício Rocha publicado em patoshoje.com.br com o título “URT recebe sondagens e conselho autoriza a venda do Estádio Zama Maciel; valor acima de 30 milhões”, nos apresenta outra especulação:

Vender o Estádio Zama Maciel? A proposta que circula há alguns anos no noticiário da União Recreativa dos Trabalhadores parece mais próxima do que nunca de se tornar realidade. A diretoria celeste recebeu sondagens de uma rede de supermercados da capital mineira e não descarta a possibilidade de vender o principal patrimônio do clube.
A URT enfrenta grave crise financeira e teve que dar o Estádio Zama Maciel e a Vila Olímpica como garantia de pagamento por uma dívida que já passa de R$ 1 milhão. A ação referente a um empréstimo que não foi pago é do ano de 2018. A última planilha com atualização dos valores apresentada pelo credor Nelson Antônio Campos na ação de execução mostra que o débito está atualmente em R$1.037.977,65.  E este não é um único débito do clube.
Segundo um dos diretores da URT, a venda do Estádio seria a alternativa não só para sanar a crise financeira, mas também para resolver outros problemas estruturais existentes no Zama Maciel. Ele explica que a estrutura não tem atendido às exigências da legislação para receber público e a liberação de laudo do Corpo de Bombeiros tem se tornado cada dia mais difícil.
O Estádio Zama Maciel tem cerca de 18 mil metros quadrados de área. A estrutura foi avaliada em mais de R$ 35 milhões.  A redação do Patos Hoje apurou que ainda não existe uma proposta oficial, mas a direção da rede “Supermercados BH” teria sondado a diretoria e estaria aguardando um posicionamento da URT para dar andamento no negócio.
Outra informação obtida pelo Patos Hoje é de que o Conselho Deliberativo do Clube já aprovou ata autorizando a negociação de venda do Estádio Zama Maciel. A diretoria entende que a venda do Zama Maciel seria suficiente para sanar as dívidas, construir um novo Estádio e também um centro de treinamento para o Trovão Azul que disputa a 1ª divisão do Campeonato Mineiro.

Será dessa vez?

* 1: Leia “Estádio Zama Maciel”.

* Texto: Eitel Teixeira Dannemann.

* Foto: Ge.globo.com.

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