Esses frutinhos aí fizeram a alegria de uma infância/juventude patense que não mais existe. Na primavera/verão vem a floração e surgem os cachos dos frutinhos redondos e ovalados de coloração verde e preto-azulados depois de maduros. A gurizada se divertia em, sorrateiramente, soprar com um canudinho os frutinhos nos cangotes dos outros, que ficavam procurando o autor da arte. E havia também guerrinhas, sem maiores consequências, até que um olho era atingido e lá vinha bronca dos pais, de ambos os lados. O tempo passou, a tecnologia chegou e afastou a gurizada do Alfeneiro. Um dia, sabe-se lá quando, as autoridades chegaram à conclusão que o Alfeneiro não produz uma floração bonita, capaz de enfeitar a cidade. Então, elas também, as autoridades, esqueceram o Alfeneiro. E todos eles foram envelhecendo, tornando-se as árvores geriátricas da Avenida Getúlio Vargas. Chegará o dia em que não mais existirá Alfeneiro na cidade. Chegará o dia em que o Alfeneiro deixará saudade¹.
* 1: Leia “Alfeneiro: Fez a Alegria de uma Infância/Juventude que não Mais Existe”, “Alfeneiros Mortos com seus Tocos Carcomidos Ficam Expostos na Av. Getúlio Vargas”, “Tadinho do Alfeneiro”.
* Texto e foto (02/12/2023): Eitel Teixeira Dannemann.