Lá vem o cadeirante transitando pelo espaço de bicicletas da Avenida Getúlio Vargas. Ao chegar à traseira da Catedral de Santo Antônio ele se sente feliz ao vislumbrar uma rampa de acesso ao passeio. Chega até ela, imaginando que logo se veria livre do betume escaldante e do trânsito caótico. Quando a cadeira encosta no passeio, se depara com 5,5 cm de altura entre o asfalto e a rampa, impedindo que as rodas dianteiras alcancem seu objetivo. Ele tenta, tenta, mas não consegue transpor o obstáculo. Desiste e segue adiante, rumo à frente da Igreja. Lá está outra rampa. Lá está o mesmo obstáculo. Inconscientemente ele resmunga: – Isso é rampa para acesso de automóveis, não para cadeira de rodas! Irritado, encerra a questão se afastando pelo espaço das bicicletas inquirindo seus botões: – Que raios de rampa de acesso ao passeio é esta?

* Texto e foto (21/09/2017): Eitel Teixeira Dannemann.