JORNAL “A METRALHA” SATIRIZA O JOGO − 3

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Sabemos de fonte limpa que vai ser montada uma banca de roleta no Jardim do Rozario¹.

O pessoal d'”A Metralha” que sempre tem se batido a favor de tão grandiosa causa, vê, agora, coroado de exito o esforço titanico que empregou para levar a effeito tão util instituição.

Sabemos que serà banqueiro o cel. Farnése, e a exma. sr. d. Ritinha será socia capitalista da sociedade.

Os ponteiros socios do club alliados-nocturnos serão os srs: dr. Agenor, dr. Albergaria, dr. Sandoval, capm. Fortunato, Aurelio Caixeta, Cornelio e Severino Neves. Ficheiros − Olyntho e Deusdedit. Chocolateiro − Tonico Maciel. Bebidas finas, como sejam: Pirosca, pinga, cachaça e Paraty.

O jogo é grosso e o que não souber baixar o 6 e levantar o 9 não deve se arriscar.

Roleta viciada por arames em excellentes condições.

Todos podem furtar, comquanto que furtem com arte, agilidade e com decencia. A banca roga aos socios q’ não saiam a clamar que jogam e ganham que furtam ás claras ou ás escondidas.

O club nocturno encetará o jogo ao meio dia em ponto.

Se houver pavuna o baralho será devidamente marcado com antecedencia.

Amanhã, pechincha! Grande revolução! Jogo grosso e pessoal amestrado. Acceitam-se de preferencia, para ponteiros, mulheres e creanças.

* 1: Leia “Sobre o 1.º Coreto e o Jardim Público”, “Capela do Rosário”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Uma banca no jardim” na edição de 14 de agosto de 1917 do jornal A Metralha, do arquivo do Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão de História (LEPEH) do UNIPAM.

* Foto: Primeiro parágrafo do texto original.

* Edição: Eitel Teixeira Dannemann.

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