Hoje sete annos faz que deixou de existir o nosso illustre e prestimoso conterraneo, cujo nome serve de epigraphe para estas singellas linhas, que dedicamos á memoria de um dos servidores mais benemeritos desee nosso caro torrão natal.
A energia e independencia de seu caracter, alliada á generosidade de seu coração, accessivel a todas as classes sociaes, eram as qualidades pelas quaes tornou-se credor da estima geral, o nosso saudoso e inesquecivel extincto Pedro Mandú, a quem muito deve a classe dos trabalhadores.
Foi devido á sua iniciativa e a seus esforços, que devemos a construcção de nosso cemiterio, assim como a da ponte sobre o rio Paranahyba, proximo a esta localidade.
E, se a terrivel e ingrata enfermidade não o tivesse tão prematuramente, subtrahido desta sociedade, outros melhoramentos deviamos, com certeza, ás sua idéas progressistas, e, dentre estas, seria hoje um facto a canalisação d’agua potavel.
Traçando estas pobres linhas em homenagem que, como filhos desta terra, devemos á memoria sempre querida do saudoso morto, não queremos, nem de leve siquer, ofender a susceptibilidades de quem quer que seja, nem procuramos desmerecer os bons predicados que reconhecemos em outros nossos illustres conterraneos, tambem esforçados servidores do torrão que lhes serviu de berço.
Apenas vimos hoje, ainda com a mesma dor que nos feriu o coração no dia 19 de Fevereiro de 1907, relembrar aos nossos conterraneos, essa data de luto, e depositar sobre o tumulo do saudoso extincto, o grande servidor desta terra, na data de anniversario de seu passamento, mais uma coroa de sentida saudade.
Sant’Anna de Patos, 19−II−914.
Greenhals.
* Fonte: Texto publicado na edição de 08 de março de 1914 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.
* Foto: Meramente ilustrativa.