1.º DIA DOS PAIS SEM O PAI

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TEXTO: EITEL TEIXEIRA DANNEMANN (2022)

Conta a história que a ideia de criar o Dia dos Pais surgiu em 1909 quando Sonora Louise Smart Dood, filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, resolveu homenagear seu pai. Com sua atitude, depois de manifestações de jovens cristãos a seu favor, foi comemorado nos EUA o primeiro Dia dos Pais no dia 19 de junho de 1910, aniversário do pai de Sonora. Esse ato difundiu-se pelos EUA e com o tempo, a partir de 1966, foi oficializado o Dia dos Pais naquele país no terceiro Domingo de Junho.

E nos outros países do Planeta? Deixando pra lá, o que importa é o Brasil. De acordo com o Mundoeducacao.uol.com.br, as primeiras comemorações do Dia dos Pais datam do início da década de 1950. Em 14 de agosto de 1953, o publicitário Sylvio Bherinhg preparou um concurso para homenagear três tipos de pais: com maior número de filhos, o mais jovem e o mais velho. Na ocasião, foram premiados um pai com 31 filhos, outro com 16 anos e, por último, um pai com 98 anos. Várias entidades da imprensa reuniram-se para promover o evento, o que causou grande repercussão. Após a realização do concurso, o Dia dos Pais no Brasil passou a ser comemorado no segundo domingo do mês agosto, como permanece até hoje.

Então, nesse segundo domingo de agosto de 2022, dia 14, hoje é o Dia dos Pais. Não me lembro quando tive a noção do que representava o Dia dos Pais. Muitos o consideram como unicamente uma data criada para fins comerciais. A maioria dos filhos, entretanto, valoriza por demais da conta esse dia. A partir do momento em que tive a consciência do que representava esse dia, sempre foi uma alegria para mim confraternizá-lo com meu genitor. Foram muitos, muitos anos assim. Até que chegou o momento em que meu pai se foi no último 26 de junho. Apesar dos 89 anos, partiu antes do combinado, como costuma dizer o Rolando Boldrin.

Hoje de manhã, quando abri os olhos após uma noite regular de sono, instantaneamente veio-me à mente: hoje é o primeiro Dia dos Pais sem o meu pai. Durante alguns minutos fiquei sentado na cama ruminando aquilo. Minha esposa, preocupada, perguntou se eu estava bem. Respondi, sinceramente, que sim, e que apenas um sentimento de perda tremenda estava se apoderando de mim por saber que nesse Dia dos Pais eu não poderia abraçar meu pai. Resolvi então procurar minha mãe. Nos abraçamos emocionalmente e as devidas lágrimas de saudade jorraram, mas dentro do que nossas emoções puderam suportar, sentimo-nos aliviados pelo tudo que ele fez por nós e nós fizemos por ele.

Transcorrendo o dia, uma sensação estranha se apoderou de mim. Estranha, mas benéfica, pois que num momento curto de tempo senti uma espécie de mensagem do além que consegui captar e significa mais ou menos isso: − Meu filho, parti aos 89 anos de vida, faltando poucos dias para os 90. Onde estou me sinto feliz por ter honrado minha esposa e vocês filhos. Você, filho, que sempre honrou e vai continuar honrando o meu nome, quando chegar a sua vez de partir, que ainda está muito longe no tempo, chegará até mim e aí reiniciaremos aqui as comemorações do Dia dos Pais. Te amo!

Hoje é 14 de agosto de 2022, o primeiro Dia dos Pais sem meu pai. Apesar da ausência, sinto-me feliz, na certeza absoluta de que na devida oportunidade vou poder abraçá-lo e revivermos os bons tempos numa outra dimensão!

* Foto: Arquivo de Eitel Teixeira Dannemann.

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