Encontrado em águas tropicais, o Mudskipper (Periophthalmus barbarus) possui a capacidade de andar sobre a lama utilizando suas nadadeiras peitorais. Seu nome popular é em alusão a capacidade de “pular” ou “saltar” quando está em terra, possuindo uma mobilidade notória. São respiradores cutâneos, absorvendo oxigênio através da pele e mucosa. Ocorre principalmente em manguezais onde vive em lamaçal próximo a água. Alguns indivíduos migram temporariamente para determinados locais para se reproduzirem ou se alimentar durante a maré alta, permanecendo durante algum tempo aguardando até que a maré volte a ficar alta, quando então retornam para suas tocas. Comumente são encontrados semienterrados na lama com apenas os olhos para fora ou descansando sobre rochas, raízes ou areia, retornando para a água apenas para se molhar ou quando incomodados. Podem alcançar 15 cm de comprimento. De distribuição bastante ampla, ocorre na África, Ásia e Oceania.
Olhos salientes e focinho profundo. Duas nadadeiras dorsais separadas, a primeira alta com 11 espinhos flexíveis e a segunda mais baixa; nadadeiras peitorais apresentam um lobo muscular longo; nadadeiras pélvicas unidas através de sua base e nadadeira caudal com raios inferiores curtos e robustos. A cor base é marrom com ventre mais claro; nadadeira dorsal apresenta uma ampla faixa escura longitudinal distal.
Naturalmente vive em água salobra e embora tolere água doce, em aquário deverá ser mantido em condições de água salobra, utilizando-se sal numa densidade entre 1005 e 1010. Aquário Mínimo: 100 cm X 40 cm X 50 cm (200 L), que deverá possuir uma área seca (areia ou rochas empilhadas) e outra com água, podendo adicionar troncos ou rochas que ultrapassem a superfície da água e plantas tolerantes a água salobra como Rhizophora e Microsorum. A temperatura externa (área seca) deve ser a mesma da água, devendo ser evitado mantê-lo em temperatura abaixo de 24°C. pH: 7.0 a 8.5 − Dureza: 10 a 25. O aquário deve estar bem tapado para que a umidade do ar se mantenha elevada e a pele dos animais não seque, além de evitar fugas por causa de seus saltos. Não devem ser mantidos com peixes de pequeno porte ou agressivos. Companheiros ideais são peixes de água salobra de médio porte e pacíficos. Deve-se criá-lo preferencialmente sozinho, e se o aquário possuir bastante espaço poderá mantê-los em grupos de cinco ou mais indivíduos, uma vez que as agressões por território serão dissipadas.
Onívoro (que se alimenta tanto de matéria vegetal como animal), em seu ambiente natural prefere insetos, caranguejos e secundariamente plantas de mangue como Avicennia nitida. Em aquário poderá demorar a aceitar alimentos secos, devendo ser fornecido alimentos vivos como grilos, moscas, minhocas, besouros, peixes pequenos, larvas e artêmias. Eventualmente poderá aceitar filés de peixes e camarões congelados, porém, fornecer aliado aos alimentos vivos. São curiosos que podem ser facilmente treinados a subir na mão para se alimentar.
Ovíparo (que produz ovos que se desenvolvem e que eclodem fora do corpo materno), a reprodução em cativeiro é desconhecida. Em seu ambiente natural os machos cavam ninhos profundos (até 100 cm) onde há o ritual de acasalamento e a desova ocorre. Fêmeas cuidam dos ovos até eclodirem. Os machos são geralmente maiores e apresentam nadadeiras mais coloridas em época de reprodução. Estes, ao atingirem a maturidade sexual são bastante territorialistas entre si. Um comportamento comum é assinalar para outro macho invasor erguendo suas nadadeiras dorsais ou realçando sua coloração servindo como um alerta para que o invasor se retire de seu território. Se o mesmo não se retirar, o peixe dominante recorrerá à violência física saltando sobre o invasor e tentando mordê-lo ferozmente podendo causar danos graves.
Desenvolveram diversos métodos de locomoção por terra conhecido como “Crutching,” quando utilizam as nadadeiras peitorais para se locomover ou quando curvam a cauda para o lado impulsionando o animal (saltando), sendo utilizada como um verdadeiro trampolim. Estudos científicos demonstram que as brânquias são mais eficientes respirando ar atmosférico do que aquático em termos de fisiologia. Ao sair da água ele fecha seu opérculo e rapidamente enche a câmara atrás das guelras, funcionando como um reservatório de oxigênio e água que são utilizados para sua respiração quando está em terra. Este reservatório pode ser reabastecido de oxigênio quando o peixe rola seus olhos. Outra adaptação para sua respiração ocorre através de membranas altamente vascularizadas encontradas na parte de trás da garganta e boca. Tais adaptações indicam ser uma espécie bastante resistente e fácil de manter em cativeiro, desde que suas necessidades sejam atendidas.
* Fonte: Texto de Edson Rechi, em aquarismopaulista.com.
* Foto: Warrenphotographic.co.uk.