COVID-19 E A COVARDE IRRESPONSABILIDADE DO PODER EXECUTIVO QUE JÁ PROVOCOU MUITAS MORTES

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TEXTO: EITEL TEIXEIRA DANNEMANN (2021)

É praxe no país do pau brasil o poder público só agir depois do leite derramado. Exemplo: todo mundo sabe que determinado viaduto está para desabar, mas o poder público nada faz. Eis então que o viaduto desaba e provoca vítimas fatais. Só assim, depois do leite derramado, é que o poder público resolve agir no tal viaduto, tardiamente, e que os familiares das vítimas se danem, vão lutar eternamente na justiça pelas reparações inerentes.

Assim é em todos os Municípios brasileiros. Quanto ao Covid-19, pouco me importa qualquer outro Município brasileiro além de Patos de Minas, pois é aqui em Patos de Minas que resido e é aqui que desde o início do ano passado estou correndo o risco de morrer por causa da covarde irresponsabilidade do nosso poder executivo.

Quando surgiu o primeiro caso aqui muitos outros Municípios já estavam com índices crescentes de contaminação. Quando a contaminação aqui se tornou preocupante e esclarecedora de que ia se espalhar se não fossem tomadas atitudes concernentes ao problema, eis que entrou em ação a covarde irresponsabilidade do poder executivo.

Em qualquer Município brasileiro sabe-se que a maioria da população é composta por imbecis, independente de condição financeira, grau de instrução, sexo, cor ou religião. Lógico, aqui em Patos de Minas não poderia ser diferente. Por volta de agosto do ano passado, o problema se tornou sério. Enquanto os normais se preocupavam ao máximo em se protegerem e às suas famílias e amigos, os imbecis agiam como se nada estivesse acontecendo. Era o momento exato do poder executivo agir contra esses imbecis. Pois foi nesse momento crucial que o poder executivo vislumbrou a sua fragilidade e, fundamentalmente, a sua covarde irresponsabilidade.

Mais perdido que cego em tiroteio, o poder executivo danou a decretar atos que em nada atingia os imbecis. Ao contrário, os mais atingidos foram os normais. Fechar comércio para impedir aglomeração de pessoas foi uma estupidez sem tamanho, pois os imbecis não escolhem local para se aglomerarem. O que aconteceu foi que os comércios essenciais encheram a burra de dinheiro enquanto os não essenciais se viram num mato sem cachorro, muitos deles quebraram. Durante essa barafunda toda, os normais, que precisavam resolver suas necessidades, foram obrigados a enfrentar os imbecis que se aglomeravam nos comércios essenciais, nas filas de bancos e lotéricas. E as festanças “bombando” e milhares zanzando sem máscara pelas ruas da Cidade. E nessa zorra, a Viação Pássaro Branco, nem aí para o poder executivo, permitiu que os necessitados de transporte se aglomerassem nos seus ônibus.

A não ser restringir a aglomeração de pessoas em determinados comércios, nada, absolutamente nada foi feito contra os imbecis. Medidas como bloqueio sanitário, multar todos aqueles que fossem pegos nas ruas sem a máscara devidamente assentada, multar os bancos e lotéricas com filas fora do protocolo, multar a Viação Pássaro Branco pelos ônibus lotados, multar e fechar por no mínimo seis meses todo estabelecimento comercial “essencial” que não cumpria os protocolos, multar e prender por no mínimo um ano todo responsável por festas e por aí vai. Nada disso foi feito. Faltou coragem, estabeleceu-se a covardia.

Veio o final do ano. Os imbecis se esbaldaram em festas particulares. Nenhum responsável pelas festas foi preso, nenhum dos presentes foi multado. Todos saíram sorridentes esperando a próxima festa. Os bares, lotados. Nenhum proprietário de bar foi preso, nenhum dos presentes foi multado. Os ônibus da Pássaro Branco lotados, e os “executivos” de lá rindo do poder executivo e do povo. E para piorar, o poder executivo não fez uma única campanha nas mídias cobrando absurdamente o comportamento dos imbecis, se limitou unicamente a baixar inúteis decretos e não teve o “tino” de se preocupar em providenciar urgentemente mais UTIs para a contaminação que, ora bolas, estava para explodir, consequência óbvia da sua covarde irresponsabilidade. E assim as mãos foram lavadas e o trono passado a outro. As famílias, que chorem seus mortos!

É importante esclarecer que não havia a possibilidade do poder executivo combater “todas” as atrocidades cometidas pelos imbecis. Entretanto, muitas foram detectadas, e aqui é que entra a covarde irresponsabilidade do poder executivo em não multar severamente e não prender ninguém. Óbvio que as reincidências ocorreram aos montes justamente pela falta de punições. Quem promove festas é um autêntico criminoso, pois é lógico que contribui para a disseminação do vírus. Quem transita sem máscara é um criminoso, pois pode estar contaminado e difundir o vírus. Se todos os detectados fossem presos, como criminosos, com certeza não haveria tamanha quantidade de festas e seriam pouquíssimos os que se arriscariam a zanzar sem máscara pelas ruas. Mas faltou coragem ao poder executivo em agir contra esses criminosos imbecis

Veio o 1.º de janeiro desse ano, e o que se percebeu logo na primeira quinzena é que o novo ocupante do trono não tinha absolutamente nenhuma estratégia de combate ao vírus. Assumiu uma continuidade da irresponsabilidade, porque durante todo o mês de janeiro o que se sobressaiu foram as festas, bares lotados, feiras livres lotadas, ônibus da Pássaro Branco lotados, filas apertadíssimas nos bancos e lotéricas, gente e mais gente sem máscara pelas ruas. Nada, absolutamente nada foi feito pelo novo poder executivo para conter os imbecis. Nenhum responsável por festas foi preso; nenhum banco e lotérica foi multado e ainda nenhum gerente de banco e dono de lotérica foi preso; a Pássaro Branco continuou rindo do poder público e do povo com seus ônibus lotados; nenhum dono de boteco foi preso; nenhum presente foi multado e inúmeros sem máscara pelas ruas. Todos sorridentes e o corona se multiplicando e matando. Como o anterior, a covarde irresponsabilidade estava instalada no novo poder executivo.

É importante esclarecer novamente que não havia a possibilidade do novo poder executivo combater “todas” as atrocidades cometidas pelos imbecis no mês de janeiro. Entretanto, se o novo poder executivo tivesse atuado firmemente em todas as atrocidades detectadas, como prender e multar veementemente, a tragédia que já estava prestes a explodir seria muito menor.

Veio fevereiro. A crise aumentou, festas aos montes, bares lotados, bancos lotados, ônibus da Pássaro Branco lotados, lotéricas lotadas e um mundaréu de gente sem máscara, para a felicidade do corona. E ninguém preso e punido com multas severas. E o corona se multiplicando e gente morrendo. E o poder executivo, covardemente calado, sem prender e punir severamente ninguém. Eis que, finalmente, veio uma decisão do poder executivo, naquela de que estava sendo deveras inteligente: às vésperas do Carnaval, decretou Lei Seca. Quanta estupidez, pois o executivo não teve a pertinência de perceber que, quem estava disposto a promover festanças durante o Carnaval, foi aonde foi preciso ir e voltou com a camionete abarrotada de bebidas. E tome festas no Carnaval. E ninguém punido e muito menos preso. Essa medida só afetou aqueles que queriam comprar a sua cervejinha para saboreá-la em casa. E os imbecis leves e soltos. E o corona se multiplicando e matando!

Eis que o leite derramou: entrou em colapso o atendimento aos contaminados. O executivo, desesperado, covardemente sem ação contra os imbecis, mais uma vez sem estratégia alguma para atacá-los, resolveu então aplicar o tal lockdown. Mais uma vez fecha-se o comércio não essencial, estabelece-se regras para o funcionamento dos essenciais e mais uma vez o comércio essencial vai encher as burras de dinheiro e mais quebradeira entre os não essenciais. E os imbecis?

Imagine aí, desde agosto do ano passado, o poder público sendo duro com os imbecis, isto é, multando todos aqueles sem máscara, multando os comércios e prendendo seus responsáveis por não acatarem os protocolos, multando a Pássaro Branco e prendendo seu diretor por não acatar os protocolos, multando os bancos e prendendo seus gerentes que permitiam filas atrozes, multando e prendendo os responsáveis por festas detectadas, fazendo bloqueio sanitário… Se isso e muito mais fosse executado, é certeza absoluta que estaríamos hoje com essa pandemia controlada dentro dos limites aceitáveis, e não nessa atrocidade. Foi a cruel covarde irresponsabilidade do poder executivo.

Enfim, o leite derramou, por culpa da covarde irresponsabilidade do poder executivo, que teve a oportunidade de ser duro com os imbecis no momento adequado e não agiu. Agora, desesperado, tardiamente tenta ser “duro”, e só falta ele baixar um decreto proibindo qualquer cidadão de por os pés na rua. Já não mais adianta, o leite já derramou. Depois de tanta covardia e irresponsabilidade do poder executivo, a única esperança é a vacina, nada mais. Enquanto isso, que os normais se resguardem dos imbecis. Patos de Minas não viveria essa atrocidade regida por homens corajosos e responsáveis.

Há que ter uma explicação para essa covardia irresponsável. Acredito que a explicação esteja no fato de que um poder executivo que não cumpre uma única das 408 LEIS do nosso Código de Posturas, que não consegue interromper o trânsito pesado no Centro e também não consegue por um fim às motos ensurdecedoras, possa se sentir “constrangido” em punir os criminosos que difundiram e continuam difundindo o Covid-19!

* Foto: Youtube.com (Graphicsfactory.com/Videoscribe.com), meramente ilustrativa.

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