VEZ DOS ROEDORES, A

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Eles não são tão carinhosos quanto um cachorro e tão fofinhos quanto um gato, mas não demandam tanta atenção e cuidado como os animais de companhia mais populares entre os humanos. Os animais exóticos roedores já conquistaram o coração de muitos e são indicados por especialistas para quem mora em pequenos espaços e não tem muito tempo para ficar cuidando de um bichinho.

Além do mesmo nome, as amigas Maria Eduarda Toneti e Maria Eduarda Melo, ambas com 10 anos, têm o mesmo tipo de bichinho de estimação, o Hamster, o mais conhecido entre os roedores de companhia. As mães delas, Andreia Toneti e Camila Melo, destacam que a praticidade no cuidado diário é o principal atrativo para se ter esse simpático ratinho. O veterinário Fábio Franco, especialista em animais silvestres e exóticos, diz que é importante levar os Hamsters ao veterinário periodicamente, pois eles não costumam dar sinais quando estão doentes

Além do Hamster, outros roedores adotados como animais de companhia são o Coelho¹ e o Porquinho da Índia, que, na verdade, é originário do Peru e também é conhecido pelo nome de cobaia. O veterinário Fábio Franco, de Rio Preto, especialista em animais silvestres e exóticos, confirma que a praticidade no cuidado é o que mais tem atraído as pessoas para os roedores. “Os roedores não são tão sensíveis como os cães e os gatos, que demandam cuidados especiais. São animais menos carentes afetivamente. É preciso ficar atento a três aspectos: manejo, higiene e nutrição”, explica Franco.

Como boa parte desses animais é criada em gaiolas, o cuidado é mais fácil. Mas é preciso cuidar da higiene: as gaiolas devem ser limpas diariamente, pois esses bichinhos defecam e urinam muito. A água também deve ser trocada todos os dias, e os roedores precisam de cinco minutos diários de exposição ao sol, para estimular a produção de cálcio e vitamina D. “Tem que ser sol mesmo, e não através de uma janela”, sinaliza o veterinário.

O banho não é indicado na higiene dos roedores, que, assim como os gatos, se limpam com a língua. “O Hamster, por exemplo, pode se estressar facilmente ao sentir a água no corpo e, com isso, ter uma parada cardíaca. Enquanto a frequência cardíaca de um humano é de 100, 120 batimentos por minuto, a de um Hamster é de 400 batimentos. Qualquer tipo de estresse pode elevar essa frequência cardíaca e ocasionar até mesmo a morte.”

Diferentemente do que muitos podem imaginar, a ração não é indicada como única forma de alimentação para os roedores. Isso porque pequenos roedores, como o Hamster, precisam ter em sua dieta tanto proteína animal como vegetal. “As rações são ricas em fibras vegetais, mas o aparelho digestivo de alguns roedores tem certas particularidades. O do Coelho, por exemplo, se assemelha mais ao de um cavalo do que de um rato. Muita fibra vegetal pode causar constipação e provocar o surgimento de bactérias intestinais”, explica Franco. Enquanto o Hamster é onívoro, ou seja, se alimenta de matéria vegetal e animal, o Porquinho da Índia e o Coelho são herbívoros, alimentam-se apenas com frutas, legumes e hortaliças. “Há rações próprias para Hamster com bons níveis de proteínas animal e vegetal. Mas, a pessoa pode dar um pedaço de queijo branco ou uma lasca de peito de frango cozido.”

Atividade física também é importante para os pequenos roedores. A gaiola tem que ter um acessório como rodinha, para que o animal brinque durante a noite. “Os pequenos roedores têm um metabolismo acelerado. De hábito noturno, eles se exercitam muito à noite. A falta desse brinquedo na gaiola pode gerar frustração emocional e, claro, provocar obesidade”, explica o veterinário.

Para quem tem um roedor, o ideal é levá-lo ao veterinário especialista a cada seis meses, para exames de fezes e de sangue, que vão verificar se existe algum tipo de infecção causada por bactéria, e vermifugação se necessário. “Como na natureza eles não são predadores, mas presas, esses animais não costumam dar muitos sinais quando estão doentes. Por isso, é importante levá-los ao veterinário periodicamente. É muito raro a transmissão de alguma doença para os humanos, mas mesmo assim, recomenda-se lavar as mãos depois de manipular o bichinho”, aconselha Franco.

* 1: Durante muito tempo o Coelho foi classificado como roedor, da Ordem Rodentia, como os ratos, camundongos e castores, que têm os dentes bem adaptados para roer. Mais recentemente transferiram o coelho para a Ordem Lagomorpha. A diferença é que o Coelho tem um par de pequenos dentes atrás dos compridos dentes incisivos superiores, enquanto os roedores não possuem estes dois pequenos dentes. Então, que fique muito bem claro, o Coelho não é mais classificado como roedor.

* Fonte: Texto de Harlen Félix publicado em diariodaregiao.com.br (30/03/2016).

* Foto: Chinchila em demonstre.com.

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