JORNAL “O COMMERCIO” (ALFREDO BORGES) SOLICITA AGUA CANALIZADA AO DR. OLEGARIO − 1

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TEXTO: JORNAL O COMMERCIO (1911)

A secca parece que vae nos flagellar bastante, este anno, em vista das poucas chuvas que têm cahido, e á pouca quantidade d’agua que notamos em nossas cisternas.

Brevemente, os habitantes d’esta Cidade ver-se-ão na dura necessidade de comprar agua, a agua pouco limpa conduzida em carroças.

Parece-nos que a nossa Illustrada Camara Municipal nenhuma medida tem tomado ultimamente (ao que nos conste), para canalizar a agua, que existe em relativa abundancia e de facil canalização em um dos arrabaldes da Cidade.

E’ avultado o numero de contribuintes que, no p. findo mez, mesmo sem o acostumado aviso, foram, a gosto ou a contra gosto, pagar, á bocca do cofre, o imposto que annualmente lhes é cobrado pela Camara, com o fim principal de cobrir as despezas feitas com melhoramentos; entretanto o melhoramento mais indispensavel, que devia, de ha muito, occupar, de um modo especial, a attenção de nossos edis, esse ainda não foi feito e não sabemos quando o serà.

Por mais de uma vez, levados pelo amor que devotamos a esta terra, e pelas continuas reclamações do povo, temos, d’estas colunnas, chamado a attenção da illustre Camara sobre este ponto de summa importancia , e ainda não tivemos a dita do poder, ao menos, dizer aos nossos amados leitores − que a nossa Camara Municipal, attendendo às continuas reclamações de seus contribuintes, está dando providencias para satisfazer-lhes, fornecendo-lhes agua potavel.

Cumprindo, entretanto, o nosso dever, e desempenhando, do melhor modo possivel, a missão que nos é confiada de orgam dedicado aos interesses do povo, mais uma vez, vimos tratar d’este assumpto, não sendo o nosso intento crear difficuldades para a Camara, mas, unicamente, contribuir para o bem publico.

Na presidencia de nossa Administração Municipal acha-se um vulto venerando, intelligente, dotado de um coração magnânimo, devotado, sem duvida, ao engrandecimento d’esta terra que lhe serviu de berço, homem sincero e comprehendedor dos deveres inherentes ao alto posto que occupa, que não deixara de envidar esforços para ver satisfeitos os desejos d’aquelles que têm postas em sua pessôa todas as suas esperanças.

Hoje, dirigimo-nos particularmente ao Exmo. Dr. Olegario Dias Maciel¹, pedindo-lhe, rogando-lhe mesmo que providencie no sentido de ser, o mais breve possivel, canalizada a agua em nossa Cidade, certos de que, d’esta vez, seremos infallivelmente attendidos, vistos que agora vamos directamente a um que não será surdo aos nossos pedidos.

Anciosos esperamos as suas providencias, para sciencia de nossos concidadãos.

NOTA: Leia “Jornal “O Commercio” (Alfredo Borges) Solicita Água Canalizada ao Dr. Olegario − 2

* 1: Olegário Dias Maciel foi Chefe do Executivo, o hoje Prefeito, pela primeira vez no período de 07/01/1883 a 07/01/1887; a segunda vez de 31/01/1892 a 07/11/1894; a terceira vez de 04/01/1907 a 04/01/1908; e a quarta e última vez, de 04/01/1908 a 04/06/1912. Leia “Prefeitos”.

* Fonte: Texto publicado com o título “Ao Exmo. Dr. Olegario Dias Maciel” na edição de 26 de março de 1911 do jornal O Commercio, do arquivo da Hemeroteca Digital do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, via Altamir Fernandes.

* Foto: Dois primeiros parágrafos do texto original.

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