A primeira vista pode parecer um rato bem grande ou mesmo um filhote de capivara, já que esse pequeno mamífero faz parte da ordem Rodentia, a mesma dos ratos, e da família Caviidae, a das capivaras. É o Preá (Cavia aperea), roedor com cerca de 25 centímetros e podendo pesar até 1 kg, encontrado de Pernambuco a Minas Gerais e em algumas áreas do estado de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Pode ter a pelagem em tons de marrom ou até avermelhados.
Com características comuns à sua família, é natural nessas espécies a ausência de cauda e a presença de pelos densos, mas sem espinhos na cobertura do corpo. Possui o canal dos dentes abertos, o que provoca o crescimento deles. Acompanhadas de grandes unhas afiadas, as patas traseiras possuem três dedos e as dianteiras quatro. É um animal estritamente herbívoro. Sua alimentação é retirada de árvores, sementes, frutas, brotos, raízes, ervas e folhas, mas não pode comer alface, porque provoca graves problemas intestinais.
Ocupa habitats de formação aberta e áreas florestais, sendo comum ser encontrado próximo a riachos, brejos, córregos e rios. Constrói os ninhos próximos de moitas, onde realiza a reprodução. A fêmea pode ter duas ninhadas ao ano e o ciclo de gestação varia de 60 a 70 dias. A quantidade de filhotes varia de 1 a 5. Apesar da evidência de se reproduzirem bastante, algumas espécies estão com sua população muito reduzidas. Em alguns casos o turismo não controlado está trazendo uma séria ameaça a este animal. Em cada grupo, cinco a dez indivíduos definem uma liderança através de uma hierarquia bem definida. Em algumas regiões do Brasil é criado e utilizado para alimentação.
Tem hábitos noturnos, sendo raro vê-lo durante o dia. Vivem em pequenos grupos, em torno de 10 indivíduos, geralmente percorrendo as trilhas que já são conhecidas pelo bando. Seu comportamento é arisco e por isto evita espaços abertos quando sai à noite em busca de comida. Quando seu habitat natural é alterado os grupos costumam invadir plantações (arrozais e hortas) e passam a ser vistos como uma praga.
Algumas pessoas o têm como animal de companhia. No entanto não deve ser esquecido que eles pertencem ao mundo selvagem. Não são muito amáveis e não é fácil tê-los como animais domésticos. Precisam de uma gaiola muito grande que lhes ofereça possibilidade de correrem. Têm também muitos problemas com a comida para roedores domésticos. É sempre um grande esforço ter animais selvagens em casa e a pessoa deve pensar se não é melhor adquirir um domesticado.
* Fontes: G1.globo.com, riodoceterra.com.br e suapesquisa.com.
* Foto: Youtube.com.