ESQUILO DE RICHARDSON

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ESQUILO 1O Esquilo de Richardson, também conhecido como Esquilo Terrestre de Richardson, é nativo das planícies do nordeste dos Estados Unidos, principalmente Alberta, Saskatchewan, Manitoba, Montana, Dakota, e Minnesota. São animais pequenos, raramente ultrapassando 500 gramas e 25 cm de comprimento. Membro da família dos Sciuridae e da ordem Rodentia, é um animal diurno, que hiberna e que vive a maior parte do tempo em tocas no solo com mais de 3 metros de comprimento e 2 metros de profundidade, o que localmente os torna como animais daninhos pelos estragos feitos nas culturas, por isso sendo perseguidos e mortos pelos agricultores. A expectativa de vida é de 2 a 4 anos em estado selvagem devido a doenças e predadores, mas em cativeiro pode estender-se ao dobro.

É gregário, muito inteligente, vivendo em famílias organizadas, cujos níveis hierárquicos e de sociabilidade são elevados. Devido à sua semelhança com o Cão da Pradaria, é muitas vezes confundido com ele, chegando alguns comerciantes inescrupulosos a vendê-lo como tal. É um animal sociável, brincalhão e meigo, e que gosta de muita atenção. Aprecia explorar o ambiente, sobretudo enquanto jovem. Quando adulto permanece curioso, mas torna-se mais calmo. De coloração castanho dourado com tons de cinza, possui dentes e garras fortes que necessitam de desgaste continuo através do uso. As orelhas são pequenas e a cauda é curta.

A gaiola deve ser de arame de malha grossa, com um tabuleiro alto para lhe permitir fazer escavações e deverá ter no mínimo 50 x 60 cm. O fundo deve ser coberto com uma boa camada, entre 5 a 6 cm, de uma mistura de aparas de madeira com troncos e folhas. Isto ajuda a criar um ambiente semelhante ao da vida selvagem. Dentro da gaiola deverá ter tubos pvc, ou de cartão, um bebedouro com uma esfera, um comedouro, uma roda para fazer exercícios, uma pedra de cálcio e uma caixa de madeira onde fazem o ninho. Pode ser solto no ambiente para exercitar, mas sempre sob vigia do dono, uma que vez que são roedores e, como tal, gostam de roer tudo o que encontram incluindo fios de eletricidade.

Uma adequada alimentação é fundamental para que o Esquilo de Richardson viva saudável. É indicado uma mistura da comida de esquilos com a de chinchilas e frutos secos com casca (noz, amêndoa, amendoim, avelã, castanha) para ajudar no desgaste dos dentes, além de frutas e vegetais que não devem ficar muito tempo na gaiola sem serem comidas, pois atraem insetos e podem fermentar, causando diarreias. Evite sementes de girassol.

Geralmente, o Esquilo de Richardson criado em cativeiro adapta-se facilmente ao manuseio e muitos parecem até gostar. Uns dias após trazê-lo para casa, tente pegá-lo. Se perceber inquietação, utilize luvas. Nunca deixe-o saltar da sua mão ou cair no chão. Como é muito sociável, se forem devidamente treinados logo gostará muito de ser acariciado. Produz ruídos que vão desde o chilreio até um assobio alto e agudo. Também rosna. Quando o faz, evite o manuseio até se adaptar à presença do dono. O chilreio é normal e tende a desaparecer com o tempo. Na natureza o chilreio serve para chamar para o acasalamento ou simplesmente para aviso. Isto também se aplica ao assobio alto. Não é aconselhável mantê-lo sozinho, e sim sempre aos pares, casais ou trios (um macho e duas fêmeas), senão podem desenvolver problemas comportamentais, visto serem animais que vivem em grandes colônias.

OPINIÕES DAS FONTES

Em 2007 comprei o meu primeiro trio de Esquilos de Richardson compostos por um macho e duas fêmeas, criei um viveiro exterior com 1,60 cm de comprimento x 1,20 cm de largura x 1 metro de altura com duas caixas para os animais devido às diferenças de idade entre os indivíduos e à complexidade do seu comportamento. Tive de separá-los algumas vezes até ficar o grupo junto definitivamente. No inicio estes animais são tímidos e nervosos, mas à medida que vão se adaptando às novas instalações e ao novo dono vão se acalmando e tornam-se mais confiantes e meigos. Não tenha um Esquilo de Richardson sozinho, estes animais altamente sociáveis precisam da companhia dos da sua espécie e poderão esmorecer por estarem sozinhos.

Noutros sites aconselham gaiolas com medidas a partir dos 50 x 60 cm para o alojamento destes animais, mas com a experiência que tenho aconselho para o mínimo 1 metro x 80. Em algumas lojas vê-se estes animais à venda em gaiolas de dimensões reduzidas e com dois andares. É inútil, pois estes animais são terrestres e não arborícolas ao contrário dos outros esquilos, sendo preferível comprar uma gaiola com um só piso mas um pouco maior, pois o stress nestes animais cria incompatibilidades e outros problemas comportamentais. Em 2009 eu próprio fiz o viveiro em madeira de pinho que reforcei por dentro com chapas de zinco no chão e todas as laterais para impossibilitar que estes roedores roessem o viveiro. No chão coloco aparas de madeira para manter o chão mais confortável para os animais e para que absorva os odores dos dejetos e urina. Normalmente estes animais defecam dentro da caixa, pelo que pode colocar areia absorvente nesse local para eliminar os odores e absorver a humidade. No viveiro devem de ser colocados troncos para que estes animais roam para desgastar os dentes. Em 2014 fiz um viveiro em cimento com 4 metros por 2 metros com areia no fundo e várias caixas em madeira e tubos para simular os tuneis. Com este ambiente os animais ficaram muito mais confortáveis e logo começaram a mostrar um comportamento mais natural.

ESQUILO 2Os Esquilos de Richardson são quase totalmente herbívoros, sendo uma pequena parte composta por insetos. Na sua alimentação básica eu disponho diariamente de ração para esquilo composta por aveia, trigo, centeio, milho e outros cereais de mistura para esquilos, alguns frutos secos como amendoins, nozes partidas, castanhas e amêndoas. A fruta deve de ser dada cortada em pedaços. Eu costumo dar maçã, melão, banana e pera. Os vegetais são importantes na dieta destes animais: feijão verde, ervilhas, couve, brócolis, cenoura, pepino, salsa e alfafa seca que deve de ser dada com moderação. As passas de uva e outros frutos secos podem se dadas como guloseimas para incentivar a interação do animal com o dono.

Os Esquilos de Richardson são animais tímidos e nervosos por natureza, especialmente enquanto jovens, e tendem a acalmar assim que vão amadurecendo, mas ainda assim devem ser pegos com precaução, principalmente no inicio, sendo aconselhável pegar nos mais ariscos com luvas de couro ao longo do tempo até perceber que o animal já não morde na luva. No inicio tente não ficar com o animal por muito tempo na mão e gradualmente vá pegando nele para que se habitue a isto. Muitas vezes estes animais quando já estão fartos de estar nas mãos poderão mordiscar as suas mãos de leve acompanhado por um ligeiro estalar dos dentes. Este é o sinal de que o animal está farto de estar em sua mão e é um aviso antes de dar uma dentada. Estes avisos devem ser interpretados e não podem ser ignorados, pois caso contrário ele morderá e falo por experiência própria: é doloroso! Deve se manusear o animal com firmeza para que ele sinta que tem mais força e tenha sempre o cuidado de não o deixar cair. Eu tenho a abertura do meu viveiro no topo pelo que sempre que pego nos meus tenho sempre a porta aberta para se houver uma queda cairá próximo das minhas mãos dentro da gaiola em segurança. Sempre que este animal tentar mordiscá-lo poderá dizer um “NÃO!” com firmeza! Com o tempo os laços entre si e este animal vão-se estreitando e ele deixará de ver o dono como um perigo, mas sim como um amigo acabando por vir até si a abanar a cauda pedindo guloseimas.

Os Esquilos de Richardson não são animais fáceis de reproduzir em cativeiro. Sei de histórias destes animais que estiveram presos durante anos sem se reproduzirem e assim que fugiram dos seus viveiros escavaram tocas no solo e rapidamente começaram a procriar. Isto deve-se às muitas necessidades do animal para se sentir disposto a criar que nem sempre são encontradas no cativeiro. No entanto a alimentação adequada, espaço e ambiente favorável e características muito parecidas com o seu habitat natural são decisivos para o sucesso da sua reprodução em cativeiro. Em cativeiro raramente estes animais hibernam, pois as temperaturas no Brasil não descem tanto como no seu habitat natural. Mas no inicio da Primavera as fêmeas ficam com o seu ventre mais volumoso e com os mamilos mais salientes. Nessa altura a fêmea começa a colher feno e materiais para a sua toca. Após uma gestação de 23 dias, nascerão de 5 a 12 crias cegas, sem pelos e com os dedos fundidos totalmente dependentes da mãe. Nessa fase não me atrevo a mexer no ninho, pois as fêmeas podem morder para defender a sua prole e inclusive abandonar o ninho definitivamente pelo que não aconselho mexer no ninho antes das 2 semanas, quando as crias já estão minimamente preparadas para serem pegadas. Com um mês de idade já saem do ninho por iniciativa própria e começam a comer sozinhos. Eu mantenho as crias com os pais até os 2 meses de idade. São animais diferentes que requerem alguma atenção e condições, mas são extraordinariamente inteligentes e meigos, tornando-se um animal muito cativante.

* Fontes: Arcadenoe.pt, Artegaia.weebly.com e Mundodosanimais.pet.

* Foto 1: Sotrokas.pt.

* Foto 2: Mundodosanimais.pt.

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